Medida que vai beneficiar quase meio milhão de micro e pequenas empresas será votada em plenário em 2014
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta
quarta-feira (11) Projeto de Lei Complementar (PLP 221) que vai permitir
a inserção de quase meio milhão de micro e pequenas empresas que
faturam até R$ 3,6 milhões por ano no Supersimples e uma redução média
de 40% em sua carga tributária. A medida, que segue agora para o
plenário da Câmara, deverá ser votada no primeiro semestre do próximo
ano.
Para o presidente do Sebrae Nacional,
Luiz Barretto, este foi um passo significativo para o fortalecimento
das micro e pequenas empresas brasileiras. “Continuo esperançoso que o
Parlamento continuará a ajudar este segmento tão importante”, avaliou
Barretto. Após a aprovação da medida pela Comissão, o ministro da Micro e
Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, destacou também o papel do
Congresso. “Dependemos fortemente do Congresso Nacional. Ele não é um
simples coadjuvante. Ele é o protagonista desse processo”, disse o
ministro
Com a aprovação da medida, clínicas médicas, consultórios de
dentistas, escritórios de advocacia, pequenas imobiliárias e mais de 200
outras atividades com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, até
então enquadradas no regime de lucro presumido, passarão a ter o direito
a aderir ao Supersimples. Com a universalização do regime, são
esperadas não somente a redução do número de empreendimentos informais
como também o aumento do volume de empregos nos pequenos negócios. “O
grande interesse do governo é dinamizar a economia, e poucos projetos,
neste momento, teriam um efeito tão imediato quanto este”, avaliou o
ministro da Micro e Pequena Empresa.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e
Tributação (IBPT) aponta que, em um primeiro momento, a migração de 447
mil micro e pequenas empresas do regime de lucro presumido para o
Supersimples geraria uma retração de 0,073% na arrecadação federal, o
equivalente a R$ 981 milhões por ano. No entanto, o estudo considera que
a diminuição da carga tributária para os pequenos negócios irá motivar
empresas hoje informais a regularizar a situação, reduzindo o impacto
sobre os tributos, além de impulsionar a geração de vagas. “Quem carrega
esse país no momento de crise são as micro e pequenas empresas. Temos
que valorizá-las”, defendeu o deputado federal Efrain Filho (DEM-PB).
Substituição tributária
Outro ponto aprovado no PLP 221 é o da substituição tributária, um
mecanismo em que as Secretarias de Fazenda dos Estados cobram
antecipadamente o ICMS das mercadorias adquiridas pelos empreendedores.
Por causa dessa antecipação, quando um pequeno comerciante vai fazer,
por exemplo, estoque para vendas futuras, ele tem que pagar o ICMS antes
mesmo de saber se irá vender. Com isso, ele fica sem capital de giro,
correndo o risco de quebrar ou de ir para a informalidade. Ao avaliar a
questão, os parlamentares dos Estados entenderam que é melhor incentivar
as micro e pequenas empresas do que garantir uma arrecadação somente no
curto prazo”.
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