PANORÂMICA
País pode fechar 150mil restaurantes
Acontenção de gastos dos brasileiros
fez encolher o movimento
em bares e restaurantes
e está levando empresários a
considerar a possibilidade de fechar
as portas. Um levantamento
da Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) obtido
com exclusividade pelo Broadcast,
serviço em tempo real da Agência
Estado, mostra que um a cada seis
empresários avalia dar fim ao negó-
cio ou repassar o ponto nos próximos
meses. São 150 mil pontos em
todo o País que correm o risco de
não resistirem à crise.
O motivo para a decisão, em 84%
dos casos, é o prejuízo acumulado
diante do aumento de custos e da
queda no faturamento. “São números
assustadores, com reflexos dramáticos.
Isso vai impactar a economia
e pode gerar mais demissões”,
diz o presidente da Abrasel, Paulo
Solmucci Jr. A vontade de trocar de
ramo ou de arrumar um emprego
também são motivações citadas.
Em 2015, esses estabelecimentos
acabaram sofrendo um baque nas
contas. A tarifa de energia elétrica,
uma despesa básica, subiu mais de
50%. Taxa de água e esgoto e alimentos
também ficaram mais caros. Houve
ainda, no início do ano, o reajuste
de 11,68% no salário mínimo, para
R$ 880, remuneração base para muitos
trabalhadores do ramo.
“Conta de energia não fecha loja,
mas, quando soma tudo e ainda tem
perspectiva de retorno pequeno,
complica. Boa parte dos empresários
não está com fôlego para esperar a
crise passar”, diz o economista Fabio
Bentes, da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC). “A perversidade não é
o tamanho do tombo, mas sim a duração
da crise.”
Fonte: http://digital.estadao.com.br/home.asp de Segunda-feira 09/05/2016
AGU foi alertada sobre decretos irregulares
No dia 22 de junho de 2015, o ministro Augusto Nardes do Tribunal de Contas da União (TCU) alerttou a Advogacia Geral da União (AGU) que a edição de decretos de suplementação orçamentária tinha sido incluída na apreciação das contas da presidente Dilma Rousseff referente a 2014. O ofício de Nardes foi enviado ao então ministro da AGU Luis Inácio Adans, antes que a presidente repetisse os mesmos atos, assinando seis novos decretos da mesma natureza, no período de 28 de julho a 21 de agosto de 2015.
Fonte: Jornal Valor
BTG RECOMENDA COMPRA DE PAPÉIS DA GERDAU
O BTG Pactual divulgou relatório em que recomenda compra para os papéis da Gerdau e calcula um preço-alvo de R$ 12,50 para eles; isso significa que os analistas projetam um potencial de valorização de 45,35% em relação ao fechamento do dia 12 de junho de 2015; no relatório, a instituição financeira afirma que a mensagem dada pela companhia no dia com investidores em Nova York parece ser consistente com a do mercado
O BTG Pactual divulgou relatório em que recomenda compra para os papéis da Gerdau (GGBR4) e calcula um preço-alvo de R$ 12,50 para eles. Isso significa que os analistas projetam um potencial de valorização de 45,35% em relação ao fechamento do dia 12 de junho de 2015.
No relatório, intitulado “procurando por um brilho de luz na escuridão”, a instituição financeira afirma que a mensagem dada pela companhia no dia com investidores em Nova York parece ser consistente com a do mercado.
Não há nada extremamente positivo para se noticiar sobre a unidade brasileira da Gerdau, dada a contração de demanda mais profunda observada ultimamente, com expectativa de recuperação apenas em 2016, aponta o BTG Pactual.
Em contraste, a direção da empresa revelou um tom bastante otimista com as operações nos EUA, que representam cerca de 30% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações na sigla em inglês) da siderúrgica. Esse tom se deve, principalmente a uma demanda mais forte do setor não-residencial e também aos spreads de metal mais altos.
Os analistas ainda afirmam que a diretoria da companhia espera diminuir sua alavancagem, diminuindo a relação dívida líquida sobre EBITDA de um patamar de 3 vezes, para um patamar de 2,5 vezes. Além disso, a empresa ainda deve controlar os custos e reduzir investimentos, selecionando melhor as aplicações que serão feitas. A prioridade ficará em reduzir o débito.
O Banqueiro Setúbal em entrevista ao Jornal O GLOBO, faz criticas aos gastos do Governo e análise o comportamento do BNDES
‘É impossível competir com essas taxas subsidiadas do BNDES’, diz presidente do Itaú
À frente do maior banco privado do Brasil, com mais de R$ 1 trilhão de ativos e negócios em outros seis países da América Latina, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, critica os subsídios do BNDES e defende um ajuste fiscal firme. Sugere que a inflação precisa voltar ao centro da meta, de 4,5%. Com fala mansa e sorriso contido, ele arrisca palpitar sobre eleições e Copa do Mundo, da qual seu banco é patrocinador. Confira, a seguir, a íntegra da entrevista.Depois do fraco desempenho deste ano, quais as perspectivas para 2014?
É importante dizer que, de forma geral, houve uma frustração com o crescimento de todos os países emergentes, que terminam o ano com resultados muito inferiores aos que se esperava inicialmente. Portanto, além de fatores internos, existe claramente uma questão internacional que influencia o crescimento da economia. Olhando para frente, a tendência é que essa questão internacional se mantenha presente, isto é, espero uma desaceleração da China, uma mudança na política monetária americana, o que certamente vai continuar influenciando o mundo todo, principalmente as economias emergentes que estão se adaptando a essa nova conjuntura. E vejo o Brasil mantendo um crescimento relativamente baixo, de 2% a 3%, nos próximos anos.
Próximos anos?
Diria uns três anos. Dois a três anos. Vamos manter um padrão de crescimento relativamente baixo. Teremos de fazer algum tipo de ajuste fiscal mais à frente, para recolocar a situação num patamar mais sustentável.
O sr. acha que esse patamar não é hoje sustentável?
Diria que muitas das práticas que estamos vendo não podem se prolongar mais por muitos anos. Se queremos um país em crescimento e com grau de investimento, que é fundamental para temos um fluxo de investimentos externos, acho que a questão fiscal tem de ser atacada de uma forma mais firme. Não pode deixar que a nossa dívida interna continue crescendo, não pode deixar que as contas externas se deteriorem. Acho que ainda estamos numa situação relativamente tranquila, mas temos de fazer correções de rumo.
Que medidas deveriam ser tomadas?
O gasto público nos últimos anos tem crescido muito acima da arrecadação. A arrecadação tem crescido, mesmo com algumas isenções feitas pelo governo, mas as despesas têm crescido muito mais. É preciso um controle mais rigoroso dos gastos públicos, é absolutamente necessário. Passamos na última década por momentos muito tranquilos, com a dívida pública em queda. Agora, ela está em alta outra vez. A dívida pública só pode aumentar até um determinado ponto, para não gerar, por exemplo, pressões sobre a inflação, que não são boas para o crescimento econômico.
Neste particular, como o sr. vê a atuação do ministro Guido Mantega (Fazenda)?
O que temos de observar é que o governo procurou estimular a economia com o gasto público num momento em que a economia e a conjuntura internacional não eram favoráveis. No entanto, daqui para frente, não podemos ficar nessa mesma política, temos de reverter essa política, porque é impossível imaginar que vamos continuar a expandir o gasto público acima da arrecadação. Essa conta não fecha. Houve um estímulo da economia por meio do gasto público, mas isso não é sustentável.
A inflação tem ficado no teto da meta, não cai para 4,5%, e os juros voltaram para dois dígitos...
A inflação está acima da meta. A meta é 4,5%, estamos na faixa de tolerância. O ideal seria chegar na meta. O fato de não buscarmos a meta cria uma percepção de que a inflação, hoje, de 5%, 5,5%, é aceitável, o que não é bom.
O sr. já disse que a economia vai crescer 2%, 2,5%. E temos uma inflação na margem de tolerância. Situação difícil, não?
Temos uma conjuntura internacional que não é favorável. Precisamos melhorar a questão fiscal, que reequilibraria tudo numa condição melhor.
Mas o que seria isso: colocar uma meta maior, crível?
Se pegamos os cálculos do mercado de superávit recorrente, eles estão muito abaixo do que tínhamos há dois ou três anos no Brasil. Tivemos em toda década passada um superávit acima de 2%, boa parte desse período foi acima de 2%. Hoje, quando olhamos os números recorrentes, ele está baixo de 1%. Uma queda expressiva. Com um ajuste fiscal teríamos condições para reduzir os juros, tirar a pressão da inflação, criando condições melhores para o crescimento.
E como fazer esse ajuste fiscal em um ano eleitoral como será 2014?
Isso não se faz de um ano para o outro. Da mesma forma que o Brasil produziu esses níveis de superávit primário elevados nos últimos anos, temos de voltar a uma política de recuperar ano a ano melhores resultados.
O sr. acha que neste primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff o país perdeu as conquistas acumuladas nos governos Fernando Henrique e Lula?
Não é uma questão de perder as conquistas. Acho que a conjuntura é diferente. Antes, tivemos uma conjuntura favorável, tivemos benefícios em função disso. Uma conjuntura desfavorável como vivemos hoje tem de ser enfrentada com realismo.
O sr. teme uma perda do grau de investimento dado hoje ao país?
Não neste momento. Mas acho que o governo tem de ficar atento para evitar isso. Seria desastroso do ponto de vista macroeconômico o país voltar a perder o grau de investimento. Teria condições graves em questões como o financiamento da dívida pública, todo o fluxo de investimentos internacionais seria prejudicado. Muitos investidores só aplicam em países que têm grau de investimentos.
O ministro Mantega afirmou que a economia brasileira tem “pernas mancas”, citando a falta de crédito para o consumo interno e a crise internacional. O sr. concorda com ele?
A questão da conjuntura internacional vai continuar difícil, porque vamos começar a ver o Fed (o banco central americano) mudando a política monetária, que vai levar a uma subida gradual de juros nos mercados desenvolvidos. No nosso mercado interno, houve uma desaceleração na oferta de crédito ao consumidor em função da inadimplência elevada, de um nível relativamente elevado do endividamento dos brasileiros. Não vejo, olhando para a frente, a possibilidade de o crédito ao consumidor crescer no mesmo ritmo da década passada. Deve crescer agora junto com a renda salarial, de forma vegetativa. Não será algo grave, porque o Brasil já tem um volume elevado de crédito ao consumidor, comparado a outras economias no mundo.
E a inadimplência?
A inadimplência melhorou, está sendo resolvida, o pico claramente já foi passado, mas ainda há perdas a serem absorvidas ao longo dos próximos meses, um ano ou dois anos. Os bancos, de uma forma geral, tiveram perdas importantes no crédito ao consumidor, principalmente no financiamento a automóveis, tomaram medidas para reverter essa situação. Hoje, diferentemente de outros anos, você não encontra mais financiamento sem entrada.
Para esclarecer, do ponto de vista do crédito ao consumo o Brasil já atingiu um patamar que pode ser classificado como adequado?
O que quero dizer é que não temos mais o mesmo espaço de crescimento que tínhamos no começo da década passada.
O sr. não vê novos consumidores ainda fora do sistema financeiro?
Na medida que a economia cresça, sim. Com a alta da renda, veremos o crescimento da demanda por crédito. Mas agora esse crescimento será mais proporcional ao crescimento da renda.
Essa é uma péssima notícia para o governo, que ainda aposta no consumo interno para dinamizar o PIB. Como resolver isso?
Do ponto de vista macroeconômico e olhando a longo prazo, é impossível crescer só o consumo sem crescer o investimento. Isso é possível por alguns anos, mas não é possível ser mantido de forma sustentável por um longo período. Então, temos de corrigir isso, ter um crescimento mais apoiado no investimento.
E já estamos fazendo a troca desse modelo?
Iniciamos a troca desse modelo, o governo está atento a isso, tem procurado incentivar o investimento. Acho que a política de concessões mudou nesses últimos dois anos, flexibilizou-se, tornou-se mais atraente para os investidores. Por isso, estamos vendo o sucesso dos leilões de concessões. E acredito que vamos ter uma mudança muito grande na infraestrutura do país. Todos os aeroportos importantes já passaram pelo processo de concessão, vários deles estão com reformas adiantadas, muitas rodovias, portos. Acredito que em três anos veremos uma mudança relevante na infraestrutura brasileira.
E o governo também reviu a taxa de retorno dos investidores. Como o sr. analisa isso?
Acho que o governo percebeu que havia a necessidade de ampliar o investimento, mas começou com uma política extremamente controladora dos retornos que o investidor precisaria ter, e mudou agora corretamente, flexibilizando (as regras). Acho que quanto mais flexível em termos de retorno e preços mais o governo vai atrair interessados para esse processo.
E como o sr. analisa a questão dos subsídios colocados pelo governo para atrair esses investidores?
O Brasil tem uma necessidade gigantesca de investimentos em infraestrutura, e é impossível imaginar que esses investimentos serão financiados pelo BNDES, que todos terão subsídios da ordem de 5% ao ano, como vimos em alguns casos. Os volumes são muito grandes e o tamanho do subsídio seria inviável para as contas públicas. Hoje, como o Brasil tem olhado essa questão fiscal apenas em torno do superávit primário, sem observar muito a questão financeira, porque os subsídios vão impactar as contas públicas depois do superávit primário, esse aspecto tem induzido o governo a ter uma política de subsídios mais generosa. Que é insustentável, precisamos rever isso, uma boa parte desses investimentos não precisa de subsídios, poderiam ser feitos sem subsídios. Seria o caso do aeroporto de São Paulo (Cumbica), a iniciativa privada teria todo o interesse em investir nele, talvez numa condição diferente de preço, de ágio, mas não precisaria de ajuda. O governo deveria restringir os subsídios a projetos que tenham mais dificuldades ou retornos a muito longo prazo.
Mas teríamos interessados nos últimos leilões se o governo já tivesse retirado esses subsídios?
Sim. Os ágios pagos teriam sido menores, mas haveria interessados.
Mas o bancos privados estão preparados para financiar essa infraestrutura hoje? É um bom negócio trocar o crédito ao consumo, que já estaria esgotado, por esse em infraestrutura?
Existe um mito no Brasil de que os bancos não querem financiar investimentos, o que não é verdade. Os bancos (privados) financiam poucos investimentos porque é impossível competir com as taxas subsidiadas que o BNDES oferece, o investidor prefere ter a taxa mais baixa oferecida pelo BNDES, o que nos coloca fora desse mercado. No Brasil, hoje, ninguém pensa em construir uma fábrica sem a participação do BNDES. Nós (o Itaú) fazemos isso fora do Brasil, temos presença no Chile, na Colômbia, onde financiamentos estradas, usinas hidrelétricas sem qualquer subsídio. Captamos dinheiro no mercado, a taxas de mercado, e repassamos a taxas de mercado. Evidentemente, existe um "spread" nisso. Óbvio que o Brasil, por sua condição estrutural de juros elevados, acaba elevando bastante o custo financeiro das operações.
Nesses países que o sr. citou, não existe a figura de um BNDES como temos aqui no Brasil. Sendo assim, o sr. defende uma reformulação do escopo de atuação do BNDES?
Acho que o BNDES tem um papel a cumprir, reconheço isso, mas deveria ser mais seletivo nos projetos que ele financia. É impossível imaginar que todo investimento no Brasil será feito pelo BNDES, não há possibilidade disso. Caso contrário, criaríamos uma restrição enorme para fazer os investimentos. Acho que o BNDES deveria se concentrar em projetos que o mercado não financiaria naturalmente, de interesse do governo, com retorno muito a longo prazo. O governo deveria usar os recursos, que são escassos, em projetos de maior interesse.
Nos últimos anos, os bancos tiveram taxas de retorno muito altas, coincidindo com o aumento do volume de crédito ao consumo. Essa mudança que o sr. propõe não poderia reduzir o lucro do sistema?
Os bancos são empresas muito grandes, e são grandes em qualquer economia do mundo. Entre as cinco maiores empresas, você sempre vai encontrar um ou dois bancos. E, por serem empresas grandes, os lucros são grandes. O interessante é olhar a lucratividade do sistema, e não apenas o tamanho do lucro final. Quando olhamos a lucratividade dos bancos no Brasil observamos, primeiro, que os bancos não estão entre os setores mais lucrativos da economia. Na média do setor, a lucratividade não é a maior (comparada a outros setores). Temos bancos com alta lucratividade, e bancos com dificuldades. O crédito ao consumidor tem taxas elevadas (de retorno), mas também perdas (inadimplência) elevadas. O sistema como um todo teve grandes perdas no financiamento de automóveis nos últimos dois anos. E nesses mesmos dois anos diria que, tranquilamente, a rentabilidade em financiar investimentos (produtivos) foi muito maior do que financiar crédito ao consumo.
Como o sr. analisa fenômenos com o do empresário Eike Batista? O banco teve uma exposição muito grande...
Temos de separar essa questão em dois grupos. Um é a OGX, e depois os demais projetos. A OGX é uma empresa que teve um problema muito sério: não encontrou petróleo. Embora devo dizer que não houve má-fé (por parte de Eike), os relatórios dos especialistas internacionais indicavam as chances de petróleo. Na verdade, o petróleo está lá, mas as condições geológicas para extrai-lo não são as ideais, o que inviabilizou a exploração dos campos. O Eike, que é um grande empreendedor, um homem de tomar riscos, iniciou também diversos outros investimentos, projetos bons, que estão sendo comprados hoje por outros interessados. A longo prazo, acredito que, à exceção de OGX e de um ou outro empreendimento, a grande maioria dos projetos serão viáveis e terão continuidade. Não mais nas mãos dele, mas com investidores que tenham condições de aportar os recursos necessários para levá-los até o final.
A exposição do Itaú foi estimada em mais de R$ 1 bilhão...
Não divulgamos isso, até por questões de sigilo bancário. Uma parte significativa do nosso risco foi reduzida, até porque muitas empresas foram transferidas para outros investidores, deixaram de ser parte do grupo X. Houve amortizações de empréstimos e posso dizer que não temos nenhum risco junto às empresas que pediram recuperação judicial.
E o que esse episódio pode ensinar? O sr. voltaria a emprestar ao Eike ou a uma pessoa com o mesmo perfil do Eike?
A gente sempre olhou o grupo X como um grupo que tinha um grande patrimônio, formado pelas reservas (de petróleo). Mesmo imaginando que aquelas reservas eram equivalentes a apenas um terço do estimado, ainda assim seria um grupo extremamente viável. Acreditamos naquele momento que tínhamos uma margem de segurança muito boa. O que ensinou é que essa questão de reservas de petróleo é muita mais complexa do que se imagina, o fato de os relatórios indicarem a possibilidade de existência de grandes reservas não é garantia que elas existam.
Mas o mercado todo não embarcou um pouco naquela onda de euforia criada em torno do Eike?
Não foi uma euforia sem base. Investidores árabes, que imagino conhecem bem petróleo, entraram no projeto. Não se vendeu uma ilusão.
Está nas mãos do STF uma decisão a respeito do futuro da correção das cadernetas de poupança. O que o sr. espera dessa decisão e que riscos isso poderia trazer para o sistema financeiro?
É uma decisão importante não só para os bancos, mas principalmente para a economia brasileira. Os bancos apenas cumpriram a lei. A lei foi, na época dos planos, até validada pelo Supremo Tribunal Federal. E os bancos não ganharam nada com isso. Vamos partir destes três pontos, que são fatos, não estou fazendo julgamento nenhum. Nos últimos anos, o que a gente assistiu foi um grande número de poupadores questionando aqueles planos. Isso é um fenômeno mais recente, não foi um movimento da época. É um movimento dos últimos cinco anos. Isso tem sido julgado num contexto completamente diferente daquele em que foram feitos os planos, por juízes de primeira instância que nem vivenciaram aquela situação. Então, o julgamento se deu fora do contexto, e os bancos tiveram em várias instâncias sentenças contrárias, porque era sempre aquela história do grande banco contra o pequeno poupador. Por conta daqueles três pontos que mencionei inicialmente, os bancos de certa forma não deram a atenção que deveriam ter dado a essa questão. E se formou uma grande jurisprudência contrária e hoje estão discutindo na última instância, que é o STF.
Mas, efetivamente, os poupadores não tiveram prejuízo?
O poupador não teve prejuízo ou, se teve, pelo menos não foi nos montantes pleiteados. A lei que mudou o rendimento da caderneta de poupança na época não impactou apenas um mês de remuneração, mas um período. Em geral, de quatro a seis meses. E, quanto se computa o período todo em que a regra ficou alterada em vários planos, o poupador saiu beneficiado pela alteração da regra, embora tenha perdido no primeiro mês do plano. Existem algumas perdas, mas elas são muito menores quando se computam não apenas o primeiro mês. O que está sendo pleiteado (na Justiça) é apenas o primeiro mês. Isso pode se tornar um grande prejuízo, no fundo, para o Tesouro (Nacional). De um lado, ele teria de responder pelos bancos públicos, que representam mais da metade do sistema. Além disso, teria perda significativa pelas perdas que existiriam nos bancos privados, com menor arrecadação de impostos (sobre eventuais lucros das instituições) e possivelmente haveria também uma discussão se o responsável pelas perdas não seria o próprio governo que fez a lei. Então, o Tesouro seria o grande perdedor. Estaríamos criando um problema macroeconômico para o país completamente desnecessário. Os números acabam ficando muito díspares, quando se fala em perdas, fundamentalmente porque existe uma grande dúvida sobre a abrangência das ações civis públicas. Várias ações individuais já foram pagas pelos bancos, que provisionaram as demais que ainda estão na Justiça. A grande questão são as ações civis públicas, que não estão provisionadas.
E qual a previsão para a votação no STF? O sr. está otimista ou pessimista com a decisão?
Acho que no momento em que se colocou essa questão em pauta ela foi bastante debatida na mídia, e alertou os ministros do Supremo para uma questão que é muito mais ampla do que simplesmente um pequeno poupador contra um grande banco, pelo impacto macroeconômico que ela poderá ter na nossa economia, dependendo do entendimento que for dado a esse tema. O que espero é uma sentença que seja, acima de tudo, justa, que olhe à luz da lei se houve perdas e quem seria responsável por isso, e que não traga consequências nocivas para a economia. Tudo o que não precisamos hoje é criar uma grande instabilidade na economia.
Qual o peso do calendário eleitoral nesse julgamento do STF?
Espero que nenhum, espero que o STF julgue à luz da lei, da Constituição, e tenha um entendimento correto, técnico, adequado do problema, entenda as consequências que pode haver, as distorções que seriam criadas com uma sentença dessas.
O sr. acha injusta a imagem que se faz hoje dos bancos?
Banco em nenhum lugar do mundo tem uma imagem simpática. O conceito banco não é uma imagem simpática. Banco tem o papel difícil de fazer a intermediação financeira, o que significa captar recursos de um lado e emprestar para o outro cobrando juros. As pessoas em geral têm dificuldade em entender o papel dos bancos numa economia.
Por que essa imagem negativa é um pouco o que está sendo discutido nesse julgamento do STF, o bancão contra o pequeno aplicador. Não é isso?
Há uma dificuldade de entender o papel de um banco na economia, que é fazer essa intermediação financeira.
O sr. acha que os bancos fazem esse papel de forma eficiente no Brasil?
Fazem, sim. Guardam muito bem o dinheiro dos depositantes e fazem a intermediação adequadamente. Vimos nessa crise recente na Europa e nos EUA bancos não fazendo isso de forma adequado, o que causou problemas muito graves na economia. Embora seja difícil para uma pessoa comum entender o papel dos bancos numa economia, é muito fácil ver o tamanho do problema que bancos mal administrados podem trazer para a economia.
Falando em administração bancária, na estratégia de turbinar o crédito interno o governo usou os bancos públicos, BB e Caixa. Para alguns analistas, isso foi um movimento arriscado, porque expôs essas instituições a um risco maior. Qual a avaliação que o sr. faz disso, acha que bancos públicos devem ser utilizados dessa forma?
O governo procurou estimular a economia usando os bancos públicos para concessão de empréstimos num momento em que o mercado privado estava mais cauteloso. No entanto, acho que essa é uma política válida quando feita sem uso de recursos além daqueles que os próprios bancos conseguem captar no mercado. Não me parece uma política sustentável o Tesouro colocar recursos permanentemente nesses bancos para que eles façam novos empréstimos, porque de certa forma estamos aumentando o endividamento público. A boa notícia é que, passado esse período de estímulos, os bancos públicos devem voltar a suas atuações mais tradicionais, e essa questão deixa de ser uma questão. Em relação à qualidade dos créditos dos bancos públicos, não posso avaliar. As informações que tenho são as mesmas que todos têm, que estão nos jornais.
Sobre o sistema financeiro privado, ainda é possível imaginar uma concentração maior e como o sr. vê a chegada de novas instituições estrangeiras? Recentemente, os chineses arremataram o controle do BicBanco, instituição de porte médio.
O sistema financeiro brasileiro é um dos mais abertos do mundo. Aqui temos bancos estrangeiros grandes, bancos locais, públicos, temos um nível de abertura e competição muito intenso. Às vezes, as pessoas confundem bancos grandes com falta de competição. E no mercado atual a competição é muito maior do que há dez anos, na medida em que os grandes bancos competem muito mais diretamente do que quando você tem várias instituições de vários portes. A competição hoje, por assim dizer, é de cachorro grande.
Mas essa mercado chegou a seu tamanho final ou pode se concentrar mais?
Ao longo dos anos, a participação dos bancos tem variado muito e vai continuar assim. Imagino nos próximos dois anos os bancos públicos crescerão um pouco menos do que cresceram no passado, o que significa que os privados devem recuperar um pouco do mercado perdido. Os estrangeiros também.
E qual é o “novo Unibanco” para o Itaú, alguém em vista?
O Itaú fez uma fusão com o Unibanco, conseguimos concluir isso com muito sucesso, mas não vejo hoje nenhuma nova oportunidade de fusão ou aquisição no mercado brasileiro.
E a chance de fechar a compra do CorpBanca?
Estamos olhando a instituição, que é a quinta maior do Chile. Mas existem outros competidores fortes, não acho que a questão seja de forma nenhuma definida, ainda estamos disputando o ativo. Está longe de ser uma operação fechada e liquidada.
Essa negociação deve durar ainda quanto tempo?
Acredito que até o final do ano esteja definido.
E com quem o sr. está competindo?
Eu não tenho certeza, mas o mercado fala em BBVA, ScotiaBank e o Industrial do Chile.
E fora o Brasil, que outro mercado interessa ao Itaú?
O Chile é muito importante, porque depois do Brasil é o maior mercado da América Latina. Maior que Argentina e México. Os fundos de previdência são muito grandes, o que gerou uma grande poupança. Desde 2005, quando compramos as operações do BankBoston lá, praticamente dobramos nossa participação de mercado. Hoje, temos por volta de 5% do mercado bancário; operamos no varejo e atacado. Estamos ainda na Colômbia, Uruguai, Paraguai e Argentina.
A Argentina ainda é um bom negócio?
Ainda olhamos com pouco entusiasmo a curto prazo, mas no longo prazo a expectativa é de um desenvolvimento melhor, uma redução dos riscos que hoje estão na economia local. É um banco pequeno que temos lá, 1,5% a 2% (de participação no mercado). Não queremos desenvolvê-lo agora, vamos deixá-lo esperando um dia em que a Argentina esteja melhor.
E onde o Itaú é mais forte?
Somos líderes no Uruguai e no Paraguai. No Uruguai, temos participação entre 15% e 20%; no Paraguai, é mais de 20%.
Aquela ideia de que, com a crise mundial, se abriu uma oportunidade para que os bancos brasileiros comprassem instituições em dificuldades na Europa ou nos EUA ainda é válida?
Não diria que essa janela se fechou, diria que continua sendo uma possibilidade. Mas o que acontece é que a regulamentação internacional ficou mais complexa. Nunca quisemos comprar um banco na Europa, o desejo sempre foi expandir nossas operações na América Latina. E continua sendo. Os bancos na América Latina estão muito valorizados hoje, são mais caros até que os brasileiros. Pela rentabilidade que eles têm, pelo fato de estar em economias que estão crescendo mais do que o Brasil.
Por que o brasileiro não poupa?
Não diria isso, não concordo com isso. Nosso nível de poupança não é tão baixo assim. Quando comparamos o Brasil com outros mercados, no Chile, por exemplo,o nível de poupança é maior por conta da estrutura de previdência privada. Aqui no Brasil, como boa parte da previdência é pública, não há esse incentivo de poupança de longo prazo. Mas os fundos de previdência privada têm crescido no Brasil e recentemente foi aprovado uma mudança importante, no caso de servidores públicos, para formar um fundo de previdência para os novos servidores.
Como o sr. vê a corrida eleitoral no próximo ano?
O cenário é tranquilo do ponto de vista do investidor. Não espero nenhum grande impacto de volatilidade no mercado. Acho que a maior probabilidade é de que a presidente Dilma seja reeleita, pelo cenário que estamos vendo hoje.
E qual o risco de isso não acontecer?
Temos outros candidatos, Aécio (Neves) e (Eduardo) Campos, que do ponto de vista do mercado também são candidatos bastante tranquilos. Neste sentido que digo que não existe nenhuma preocupação.
O sr. diria que o mercado tem um candidato favorito?
Não vejo o mercado financeiro flutuando em função de candidaturas.
Brasil e Argentina no final da Copa, quem vence?
Espero que o Brasil.
Por: Aguinaldo Novo e Cristina Alves, enviada especial
SÃO PAULO Fonte: (clic aqui ou aqui) Agências de fomento responsabilizam docentes das instituições de ensino superior do país por qualquer problema na prestação de contas de projetos de pesquisa. Até quando o erro é delas próprias
Docente do ICB ataca falta de suporte específico das universidades
Por Silvana Sá. silvana@adufrj.org.br
Uma diferença (para menos) de R$ 13 mil na prestação de contas de um projeto financiado pelo CNPq fez a professora Suzana Herculano-Houzel, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, botar a “boca no trombone”: “Não temos formação em Contabilidade para administrar recursos de pesquisas que são gastos para a universidade e na universidade”. A docente, que atua no Laboratório de Neuroanatomia Comparada do ICB, reclama que a instituição não dá suporte aos professores na hora de realizar a parte de secretariado e, principalmente, de prestação de contas dos projetos.
Tudo começou com uma comunicação do CNPq, no dia 14 de fevereiro, pedindo que Suzana revisasse uma prestação de contas. O mesmo havia acontecido dois meses antes: “Acabou que o erro era do programa deles, que incluía um subtotal duas vezes”, relatou. Parte do novo problema foi solucionado, pois a professora conseguiu, na revisão, perceber que novamente se tratava de inclusão de subtotais inexistentes. Agora, porém, o programa da agência apresenta novo erro que não permite que a professora envie os dados retificados.
Tudo começou com uma comunicação do CNPq, no dia 14 de fevereiro, pedindo que Suzana revisasse uma prestação de contas. O mesmo havia acontecido dois meses antes: “Acabou que o erro era do programa deles, que incluía um subtotal duas vezes”, relatou. Parte do novo problema foi solucionado, pois a professora conseguiu, na revisão, perceber que novamente se tratava de inclusão de subtotais inexistentes. Agora, porém, o programa da agência apresenta novo erro que não permite que a professora envie os dados retificados.
(Foto: Suzana descobriu que o CNPq lhe cobrava explicações por conta de um erro do programa da própria agência)
Multitarefas
A situação ilustra o problema que afasta cada vez mais os docentes das salas de aula e das atividades de pesquisa. O tempo que deveria ser investido no avanço de suas teorias e no acompanhamento de estudantes acaba sendo sugado por uma série de tarefas para as quais não há, na maioria das vezes, formação ou treinamento. “A gente é contratado como professor, mas é técnico, secretário, contador. Fazemos todo o acompanhamento das despesas, do que é comprado, do que precisa ser adquirido. Exigem-nos que comprometamos nosso CPF com projetos que são para a universidade. Qualquer erro que cometamos somos nós que pagamos. Sai do nosso bolso”, reclama.
E com razão. Em outros países, os projetos realizados nos diversos centros são geridos pelos escritórios das universidades. “É assim nos Estados Unidos, na África do Sul e na Alemanha. Meus colegas podem fazer pesquisa, enquanto administração e contabilidade são feitas por administradores e contadores”.
“Na hora de prestar contas o professor/cientista também precisa virar contador. E mais: lembrar se, pelas regras do CNPq, teclado de computador é custeio ou capital. Lembrar se é a Faperj ou o CNPq que não permite o pagamento à pessoa física. Lembrar qual dos dois considera livros como equipamento permanente”, queixou-se a docente em uma postagem no seu perfil do Facebook.
Excesso de responsabilidades
A principal crítica da professora é quanto à responsabilidade do docente pela administração dos recursos recebidos para os projetos: “É claro que temos que ser responsáveis pelo que gastamos. Não podemos fazer uso indevido do dinheiro, nem público, nem de ninguém. É preciso ter controle, sim. Mas, por que eu tenho que ser responsável pela contabilidade? Por que esse dinheiro não vai para a conta da universidade, que se compromete, ela sim, com administradores profissionais, a zelar para que custeio seja custeio, capital seja capital, e que toda a ‘burrocracia’ infindável das prestações de conta não nos afaste do que é de fato nosso trabalho?”, questiona.
Não é difícil encontrar outros professores que passaram por casos semelhantes. No próprio perfil eletrônico da docente, há diversas mensagens de solidariedade e citando situações parecidas. O professor Claudio Ribeiro, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, foi um dos que se solidarizaram com Suzana. “Afastam-nos da graduação com a correria da pesquisa e nos afastam da pesquisa com a ‘correria’ da prestação de contas... Nossas contas da Faperj, por exemplo, se transformaram em investimentos que ficam rendendo no mercado financeiro enquanto não o utilizamos... Façam algum exercício de futurologia básica para pensar o que isto pode significar daqui para a frente”.
Descompasso entre estrutura e exigências
Professor Titular, também do ICB, Marcos Farina concorda que há problemas: “A dificuldade está relacionada à falta de infraestrutura de secretariado para ajudar na administração dos projetos de pesquisa. Considerando a excelência da UFRJ e a busca por atingir nível de competitividade internacional, acredito que estamos fracos no quesito infraestrutura e gestão, em diversos níveis. Não há um culpado, mas talvez uma herança de uma estrutura que não acompanhou, em eficiência, a velocidade exigida pelo mundo atual”.
O CNPq foi procurado para comentar o caso, mas, até o fechamento desta edição, não havia respondido sobre os procedimentos de prestação de contas e as razões pelas quais o programa apresenta erros.
Multitarefas
A situação ilustra o problema que afasta cada vez mais os docentes das salas de aula e das atividades de pesquisa. O tempo que deveria ser investido no avanço de suas teorias e no acompanhamento de estudantes acaba sendo sugado por uma série de tarefas para as quais não há, na maioria das vezes, formação ou treinamento. “A gente é contratado como professor, mas é técnico, secretário, contador. Fazemos todo o acompanhamento das despesas, do que é comprado, do que precisa ser adquirido. Exigem-nos que comprometamos nosso CPF com projetos que são para a universidade. Qualquer erro que cometamos somos nós que pagamos. Sai do nosso bolso”, reclama.
E com razão. Em outros países, os projetos realizados nos diversos centros são geridos pelos escritórios das universidades. “É assim nos Estados Unidos, na África do Sul e na Alemanha. Meus colegas podem fazer pesquisa, enquanto administração e contabilidade são feitas por administradores e contadores”.
“Na hora de prestar contas o professor/cientista também precisa virar contador. E mais: lembrar se, pelas regras do CNPq, teclado de computador é custeio ou capital. Lembrar se é a Faperj ou o CNPq que não permite o pagamento à pessoa física. Lembrar qual dos dois considera livros como equipamento permanente”, queixou-se a docente em uma postagem no seu perfil do Facebook.
Excesso de responsabilidades
A principal crítica da professora é quanto à responsabilidade do docente pela administração dos recursos recebidos para os projetos: “É claro que temos que ser responsáveis pelo que gastamos. Não podemos fazer uso indevido do dinheiro, nem público, nem de ninguém. É preciso ter controle, sim. Mas, por que eu tenho que ser responsável pela contabilidade? Por que esse dinheiro não vai para a conta da universidade, que se compromete, ela sim, com administradores profissionais, a zelar para que custeio seja custeio, capital seja capital, e que toda a ‘burrocracia’ infindável das prestações de conta não nos afaste do que é de fato nosso trabalho?”, questiona.
Não é difícil encontrar outros professores que passaram por casos semelhantes. No próprio perfil eletrônico da docente, há diversas mensagens de solidariedade e citando situações parecidas. O professor Claudio Ribeiro, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, foi um dos que se solidarizaram com Suzana. “Afastam-nos da graduação com a correria da pesquisa e nos afastam da pesquisa com a ‘correria’ da prestação de contas... Nossas contas da Faperj, por exemplo, se transformaram em investimentos que ficam rendendo no mercado financeiro enquanto não o utilizamos... Façam algum exercício de futurologia básica para pensar o que isto pode significar daqui para a frente”.
Descompasso entre estrutura e exigências
Professor Titular, também do ICB, Marcos Farina concorda que há problemas: “A dificuldade está relacionada à falta de infraestrutura de secretariado para ajudar na administração dos projetos de pesquisa. Considerando a excelência da UFRJ e a busca por atingir nível de competitividade internacional, acredito que estamos fracos no quesito infraestrutura e gestão, em diversos níveis. Não há um culpado, mas talvez uma herança de uma estrutura que não acompanhou, em eficiência, a velocidade exigida pelo mundo atual”.
O CNPq foi procurado para comentar o caso, mas, até o fechamento desta edição, não havia respondido sobre os procedimentos de prestação de contas e as razões pelas quais o programa apresenta erros.
Fonte: http://www.adufrj.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=27315:professor-e-contador-&catid=399:jornal-da-adufrj-782-07012013&Itemid=77
Presidente da Starbucks defende união gay e discute com acionista
Na reunião anual de acionistas da Starbucks, em Seattle (EUA), o presidente da rede de cafeterias, Howard Schultz, discutiu com um acionista que questionava o apoio da empresa ao casamento gay, de acordo com o site "Huffington Post".
O investidor Tom Strobhar disse durante a reunião "No primeiro trimestre depois que esse boicote [contra o apoio da rede à união homossexual] foi anunciado, nossas vendas e ganhos foram um pouco decepcionantes". Ele se referia ao boicote feito pela Organização Nacional pelo Casamento (NOM, na sigla em inglês) contra o Starbucks depois que a companhia declarou ser favorável à união de casais do mesmo gênero.
Schultz respondeu que a empresa não defende direitos iguais para lucrar, mas por princípios.
"Com todo o respeito, se você acha que consegue um retorno melhor que os 38% que obteve no ano passado, este é um país livre. Você pode vender suas ações do Starbucks e comprar papéis de outras companhias. Muito Obrigado", disse Schultz.
No ano passado, a rede de cafeterias apoiou um projeto do Estado de Washington para legalizar o casamento gay. A companhia também declarou por meio de nota que era "profundamente dedicada a apoiar a causa da diversidade". O projeto, mais tarde, virou lei.
O investidor Tom Strobhar, segundo o "Huffington Post", é fundador de organização contrária ao aborto e à homossexualidade. Na reunião de acionistas da Starbucks do ano passado, ele teria pedido para Schultz que parasse de defender causas liberais porque elas eram ruins para os negócios.
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/03/22/presidente-do-starbucks-defende-uniao-gay-e-discute-com-acionista.htm Rural e Vasp O Banco Rural e uma empresa do grupo, a Rural Agroinvest, perderam um recurso anteontem no STJ (Superior Tribunal de Justiça) numa ação em que foram condenados a pagar cerca de R$ 110 milhões a ex-funcionários da Vasp. O banco queria incluir a massa falida da Vasp na ação e foi derrotado. A empresa área teve sua falência decretada em 2008 e deve R$ 1 bilhão a 4.200 funcionários. O Rural, segundo a Justiça, ajudou o ex-dono da Vasp, o empresário Wagner Canhedo, a tirar R$ 38 milhões do grupo em 2004. À época, já havia uma decisão judicial de que todos os bens de Canhedo deveriam ser usados para pagar dívidas trabalhistas, segundo o advogado Carlos Duque Estrada. Para contornar o veto, de acordo com o advogado, Canhedo simulou um empréstimo no banco e pagou com 71.600 cabeças de gado. O gado, porém, não foi entregue. O resultado da operação foi a retirada de R$ 38 milhões do grupo de Canhedo. A juíza Elisa Andreoni escreveu em decisão que "a fraude é inconteste". Esse valor corrigido atinge hoje cerca de R$ 110 milhões. O Rural diz que não havia veto à venda, que o gado foi entregue e que vai entrar com novos recursos na Justiça. O banco informa que já tem reservado o valor a ser pago caso perca a ação. Rural terá de pagar R$ 110 mi a ex-funcionários da Vasp - 6 de Fevereiro de 2013 - Folha de São Paulo
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