Ex-dono do Mappin, Ricardo Mansur é preso

Bem que o empresário tentou, fazendo da sua posição instrumento de força, obrigado funcionários praticarem irregularidades na contabilidade, assim, ele achava que estava livre de qualquer crime, tendo em vista, que não foi ele o responsável, apenas, mandava, e o ditado é claro, manda que pode e obedece quem tem juízo, caso contrário .....

O Empresário Ricardo Mansur, 71, foi preso na quinta-feira (30) em São Paulo. Ele foi dono da falida rede varejista Mappin e gestor do banco Crefisul e estava foragido.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o juiz Diego Paes Moreira, da 6º Vara Criminal Federal de São Paulo, autorizou a transferência de Mansur para prisão domiciliar.
Procurado o advogado do empresário, Marcelo Rocha Leal, não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.
Ricardo Mansur foi originalmente condenado em maio de 2011 a cinco anos e seis meses de prisão pele, juiz Marcelo Cavali também da 6º Vara Criminal Federal, por gestão fraudulenta no Mappin Pre vidência Privada e no banco Crefisul. Em 2014, o mesmo magistrado condenou Mansur a dois anos e meio de prisão, que poderiam ser substituído por prestação de serviços comunitários oi doação de 500 salários mínimos a entidades assistencial.
Na ocasião, o juiz entendeu que a Mappin Adminstradora de Consórcios desviou cerca de R$ 2,5 milhões pertencentes a consorciados. "Mansur era o efetivo controlador do Grupo Mappin e e. todas as empresas ligadas e apenas evitava assinar documentos com o intuito de evitar sua futura responsabilização criminal  diz a decisão de Cavali.
Segundo o magistrado, o empresário "agiu com culpabilidade elevada, valendo-se de sua posição de superioridade hierárquica" para que funcionários participassem de esquema negocial sofisticado par a inserção dos dados falsos na contabilidade da administradora de consórcio  
Aberto em 1913, em São Paulo, o Mappin foi uma das principais lojas de departamentos do pais. Em 1996, a empresa foi vendida a Mansur que era dono da Mesbla. As duas redes varejistas faliram em 1999.

Uísque, ciência e bomba

Até a bebida que você vai beber pode ser uma fraude, principalmente se ela tiver um preço diferenciado das demais, ou seja, o negócio é beber porcaria, seja cara ou não, isso se não for possível comprovar procedência de originalidade. Leia matéria escrita no Jornal o Estado de São Paulo.

Na juventude só tomávamos uísque nacional.  importações eram quase impossíveis e as poucas garrafas contrabandeadas estavam fora de alcance. Mas já lidávamos com uísque falsificado, provavelmente sem malte, que vinha do Paraguai. O tormento dos uísques falsificados também é problema para quem compra os mais caros do mundo. Em 2018, foram negociadas 107.890 garrafas em leilões que movimentaram US$ 49 milhões. A garrafa mais cara, um Macallan Valerio Adani de 1926 foi comprada por 848.750 libras esterlinas, mais de US$ 1 milhão.
O problema é saber se o líquido dentro da garrafa lacrada, pela qual você pagou uma fortuna, é realmente um uísque de malte puro produzido e engarrafado em 1926. A tentação de falsificar é enorme e o lucro, astronômico. É por isso que os produtores escoceses fazem de tudo para proteger sua reputação. E para isso nada melhor do que recrutar a ajuda de cientistas escoceses. E eles não decepcionaram. Nas últimas décadas, laboratórios especializados em análise química de senvolveram métodos capazes de examinar moléculas no uísque e determinar se era de malte puro ou continha malte e outros grãos. Esse problema está resovido boje é fácil saber quais  componentes foram usados na fabricação de um uísque. Mas havia um problema que resistia aos esforços de cientistas: determinar o ano em que o uísque havia sido produzido. Será que na garrafa de Macallan Valério 1926 havia um Macallan feito com os mesmos grãos em 2016? A novidade é que essa questão também foi resolvida.
Cientistas escoceses desenvolveram um método para determinar o ano da produção do uísque. Eles usaram o fato de muitas bombas atômicas e de hidrogênio terem sido detonadas na atmosfera após a Segunda Guerra. As primeiras detonações ocorreram antes do lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki. Essas bombas liberam na atmosfera 14C. um isótopo radioativo do 

· Cientistas desenvolveram um método para determinar O ano de produção da bebida 

carbono. Esses átomos se espalham por coda atmosfera e podem ser detectados em qualquer lugar do mundo. A quantidade desse material radioativo cresceu rapidamente até 1963 pois nesse período União Soviética e Estados Unidos detonavam muitas bombas em testes para desenvolver seu arsenal
A partir de 1963, a quantidade de 14C começou a diminuir pois um trata internacional proibiu detonações na atmosfera (agora elas são feitas no sub,. solo). Hoje, apesar de baixa, ainda é maior que a quantidade existente antes de 1950. Como as plantas verdes usam deforma indiscriminada o carbono normal ou o 14C durante a fotossíntese os cientistas imaginaram que os uísques fabricados na década de 1960, com grãos de cevada e milho crescidos no ano anterior, deveriam ter uma quantidade maior de 14C. E isso foi comprovado e experimentalmente. Os cientistas obtiveram amostras de uísques produzidos a cada ano entre 1950 e a atualidade, mediram a quantidade de 14C na bebida e compararam com a quantidade de 14C na atmosfera. As curvas são idênticas, sendo que a do uísque tem uma defasagem de um ano pois a bebida é feita geralmente um ano depois  da colheita dos cereais.
E possível medir a quantidade de 14C em uma amostra qualquer de uísque e determinar exatamente em que ano foi fabricado. De posse desse método para calculara idade do uísque, verificaram se havia fraude. E, claro, encontraram garrafas vendidas como antigas cujo uísque é recente. Por exemplo, um Talisker, vendido como se fosse de 1863, na verdade foi produzido entre 2007 e 2014.Em muitos casos, a análise fica mais difícil pois algumas quantidades de 14C equivalem a dois anos distintos, um quando a curva estava subindo (entre 1950 e 1963) e outro quando já está baixando (entre 1963 e a atualidade). Mesmo assim, a quantidade de fraude é significativa.
O único problema do método é que ele exige que uma amostra da bebida seja analisada antes do leilão e, para isso, o selo do fabricante tem de ser violado, o que desvaloriza a garrafa para os colecionadores. Sobrou para os cientistas escoceses o desafio de desenvolver um método para tirar uma amostrada garrafa de uísque sem que ela seja aberta. Alguma sugestão?

MAIS INFORMAÇÕES: USING CARBON ISOTOPES TO FIGHT THE RISE IN FRAUDULENT  WHISKY. RADIOCARBON VOL. 62 PAG.5 (2020)

É BIÓLOGO

AUTOR: Fernando Reinach - Jornal O ESTADO DE S. PAULO -  sábado, 01 de fevereiro de 2020 - Caderno Metrópole - A21.