O ano passado foi incrível para o mercado de games. As pessoas em casa, por conta da pandemia, impulsionaram o crescimento de um setor que já vinha se popularizando.
Em 2021, US$ 200 bilhões foram movimentados no setor. Desse valor, cerca de US$ 130 bilhões vieram de apenas 10 empresas. Veja no gráfico:
Vale destacar que, no início deste ano, a Microsoft adquiriu a Activision Blizzard por quase US$ 70 bilhões— a maior aquisição de sua história. Ao somar as duas, a Microsoft seria a segunda do gráfico.
Você já deve ter ouvido falar na Tencent, mas talvez não conheça direito a companhia que mais fatura no mercado de games. Além de ser a maior do setor, a gigante chinesa está entre as 10 maiores empresas do mundo, com um valor de mercado de cerca de US$ 500 bilhões.
Para você ter uma noção melhor, a Tencent está por trás de jogos como Clash Royale, League of Legends e Call of Duty: Mobile. Além disso, é dona de quase metade da Epic Games — criadora do jogo Fortnite —, e de outros negócios bilionários fora do mundo dos games, como o app de mensagens WeChat.
Como está a concorrência?
Embora a Tencent tenha sido a que mais faturou no ano passado, a concorrência está crescendo rapidamente. Das empresas do gráfico, apenas a Sony e a Nintendo ficaram um pouco abaixo, muito por conta do grande foco que possuem em consoles.
Devido aos problemas de abastecimento na cadeia de suprimentos que os eletrônicos sofreram na pandemia, esses dois negócios acabaram não tendo resultados tão bons, quando comparados a seus anos anteriores e à concorrência.
Entrando forte no Brasil
Há apenas alguns dias, a Tencent começou a operar no Brasil para beber um pouco da água daqui — que, por sinal, é muito boa, pois o nosso mercado é um dos maiores do mundo e público é enorme.
São quase 75 milhões de jogadores. Em outras palavras, 3 em cada 4 brasileiros consomem jogos eletrônicos. É gente, hein?
Além do desejo de diversificar sua área de atuação, outro motivo fez a companhia vir pra cá. As grandes empresas chinesas de tecnologia estão sofrendo pressão e regulações cada vez mais duras do governo do país. Assim, além da vontade, existe uma certa necessidade de diversificar. Agora, mudando um pouco de assunto…
(Imagem: Canaltech | Reprodução)
Sony x Microsoft
A Microsoft anunciou que vai lançar no final deste mês o Xbox TV, um aplicativo para smart TVs que permitirá que os usuários joguem jogos do Xbox sem a necessidade de usarem o console — só precisa ter o controle do videogame.
A empresa fez uma parceria com a Samsung para trazer a nova experiência de jogo para as próximas TVs que a fabricante lançar. Futuramente, a Microsoft também planeja explorar parcerias com TVs de outras marcas.
Reflexão: Nova realidade do mercado?
Esse movimento da Microsoft traz uma reflexão interessante acerca do setor: Será que estamos diante de uma “netflixzação” dos games?
Ao não ser mais necessário ter um console, a tendência é que a indústria dos games fique cada vez mais dependente da nuvem. Os jogos, que antes dependiam de consoles, ficarão disponíveis online, hospedados em servidores de empresas gigantes — o que já acontece hoje, mas pode se intensificar.
Com isso, empresas como Amazon e Microsoft, que, juntas, detêm mais de 50% do mercado de cloud, ficam ainda mais fortes e com outros negócios dependendo delas para que seus games possam ser jogados. Sorte da Microsoft que o Xbox é dela mesma. risos.
Outro possível impacto não tão óbvio…
Um aumento pela busca de TVs de melhor capacidade de processamento. Afinal, se a TV for essencial para a experiência dos gamers, pode fazer sentido investir um pouco mais para comprar um aparelho que permitirá jogar da melhor forma possível.
Existe até uma TV gamer da Samsung que acabou de chegar ao Brasil cujo modelo mais barato ultrapassa os R$ 5 mil. O que mais você acha que vem por aí?
PS: Já fizemos uma outra edição falando sobre o mercado de games. Se você se interessa pelo assunto, vale (muito!) a pena a leitura. É só clicar.