Medida que vai beneficiar quase meio milhão de micro e pequenas empresas será votada em plenário em 2014
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta
quarta-feira (11) Projeto de Lei Complementar (PLP 221) que vai permitir
a inserção de quase meio milhão de micro e pequenas empresas que
faturam até R$ 3,6 milhões por ano no Supersimples e uma redução média
de 40% em sua carga tributária. A medida, que segue agora para o
plenário da Câmara, deverá ser votada no primeiro semestre do próximo
ano.
Para o presidente do Sebrae Nacional,
Luiz Barretto, este foi um passo significativo para o fortalecimento
das micro e pequenas empresas brasileiras. “Continuo esperançoso que o
Parlamento continuará a ajudar este segmento tão importante”, avaliou
Barretto. Após a aprovação da medida pela Comissão, o ministro da Micro e
Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, destacou também o papel do
Congresso. “Dependemos fortemente do Congresso Nacional. Ele não é um
simples coadjuvante. Ele é o protagonista desse processo”, disse o
ministro
Com a aprovação da medida, clínicas médicas, consultórios de
dentistas, escritórios de advocacia, pequenas imobiliárias e mais de 200
outras atividades com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, até
então enquadradas no regime de lucro presumido, passarão a ter o direito
a aderir ao Supersimples. Com a universalização do regime, são
esperadas não somente a redução do número de empreendimentos informais
como também o aumento do volume de empregos nos pequenos negócios. “O
grande interesse do governo é dinamizar a economia, e poucos projetos,
neste momento, teriam um efeito tão imediato quanto este”, avaliou o
ministro da Micro e Pequena Empresa.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e
Tributação (IBPT) aponta que, em um primeiro momento, a migração de 447
mil micro e pequenas empresas do regime de lucro presumido para o
Supersimples geraria uma retração de 0,073% na arrecadação federal, o
equivalente a R$ 981 milhões por ano. No entanto, o estudo considera que
a diminuição da carga tributária para os pequenos negócios irá motivar
empresas hoje informais a regularizar a situação, reduzindo o impacto
sobre os tributos, além de impulsionar a geração de vagas. “Quem carrega
esse país no momento de crise são as micro e pequenas empresas. Temos
que valorizá-las”, defendeu o deputado federal Efrain Filho (DEM-PB).
Substituição tributária
Outro ponto aprovado no PLP 221 é o da substituição tributária, um
mecanismo em que as Secretarias de Fazenda dos Estados cobram
antecipadamente o ICMS das mercadorias adquiridas pelos empreendedores.
Por causa dessa antecipação, quando um pequeno comerciante vai fazer,
por exemplo, estoque para vendas futuras, ele tem que pagar o ICMS antes
mesmo de saber se irá vender. Com isso, ele fica sem capital de giro,
correndo o risco de quebrar ou de ir para a informalidade. Ao avaliar a
questão, os parlamentares dos Estados entenderam que é melhor incentivar
as micro e pequenas empresas do que garantir uma arrecadação somente no
curto prazo”.
O propósito deste blog é compartilhar assuntos de interesse em gestão. Sejam bem-vindos, façam bom uso e deixe seus comentários. Compartilhe em suas redes sociais. Prof. Rubens Savaris
A Fortuna de Eike acabadou?
Fortuna de Eike pode ter acabado; empresário é "chamado" a depor na assembleia do Rio - Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/2992247/fortuna-eike-pode-ter-acabado-empresario-chamado-depor-assembleia-rio
CVM analisa balanços da Petrobrás e Braskem e pede explicações sobre do uso da contabilidade de hedge
A Comissão de Valores Mobiliário (CVM), é uma autarquia federal que tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos protagonistas, integrantes do mercado de capitais, entre elas, as companhias abertas, os intermediários e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno desse universo principal.
A adoção da “hedge accounting” ou contabilidade de hedge (para proteção) por companhias abertas para reduzir o impacto da alta do dólar nos resultados foi instituída pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, (pronunciamento CPC 38 – aprovado em 2 de abril de 2009) portanto é permitido desde 2009 no Brasil. A autarquia reguladora, resolveu abrir procedimento administrativo para analisar as informações trimestrais da Petrobras e Braskem. O procedimento na estatal, teve início após a publicação do balanço financeiro do segundo trimestre.
A CVM questiona a forma como as duas companhias realizaram a comunicação ao mercado, sobre a mudança na política contábil, em um momento que o dólar se valoriza perante o real.
A “hedge accounting” é o que há de mais racional e atual para as empresas brasileiras sujeitas a variações do câmbio. Esse mecanismo neutraliza parte do impacto da variação que afetam os resultados das demonstrações contábeis no curto prazo. Em avaliações obtidas com profissionais da contabilidade e analistas, as empresas que operam no médio e longo prazo, não podem ser avaliadas no dia-a-dia, como se fosse uma marcação a mercado. Pois esse procedimento é usado pelas empresas mundo afora.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, asseverou que a contabilidade de hedge, veio para ficar e vai fazer parte da vida das empresas brasileiras, principalmente as que operam no mercado de capitais, e trata-se de um instrumento útil para economias em desenvolvimento que tem pouca atratividade para captar recursos no mercado internacional, sendo assim, reduz a volatilidade no resultado em decorrência das variações cambiais.
Categoria: MERCADO S.A. | Macuxi – Notícias e Entretenimento
Inflação aparece nas 'pequenas coisas' inclusive no estacionamento.
Inflação aparece nas 'pequenas coisas'
SÃO PAULO - A inflação mostra a sua cara para o cidadão comum nas pequenas coisas. Um levantamento feito pelo ''Estado'' com base em uma amostra aleatória de 15 produtos e serviços que, juntos, respondem só por 3,5% da inflação oficial do País mostra que em 12 meses até julho todos esses itens registraram variações de preços bem superiores à alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,27%.
Na liderança e na vice-liderança do ranking da inflação das "pequenas coisas" estão os serviços de depilação e de manicure que ficaram mais caros 14,78% e 12,07%, respectivamente. Isto é, subiram o dobro da inflação do período. O peso do serviço de depilação é de 0,01% no IPCA e o de manicure, de 0,43%.
Na sequência vem o estacionamento, cujo preço subiu 11,98% em 12 meses até julho, e o cafezinho, que aumentou 11,6%. O estacionamento responde por 0,11% do IPCA e o cafezinho por 0,07%.
"Essa inflação das pequenas coisas é que passa para o consumidor a ideia de descontrole", afirma o economista Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e um dos maiores especialistas em inflação.
Segundo ele, as pessoas comuns não têm condição de traduzir para o seu dia a dia o que é uma alta de 0,03% na inflação. Heron faz referência ao resultado do IPCA de julho, o menor em três anos e que foi comemorado pelo governo por trazer a inflação acumulada em 12 meses de volta ao intervalo previsto pela meta do governo.
Mas, de acordo com o economista, quando o consumidor começa a notar que os preços de alguns produtos e serviços que ele compra com regularidade, independente do peso que eles tenham no orçamento, estão subindo com maior frequência, isso dá a percepção de uma inflação sem controle.
Estacionamento. É exatamente essa sensação de descontrole de preços que o cineasta Pedro Amorim, de 35 anos, pai de dois filhos, tem. Na última sexta-feira, ele ficou indignado com o que gastou para estacionar o carro no restaurante Pira Grill, da Vila Madalena, em São Paulo. Ele pagou R$ 18 para estacionar o veículo e R$ 35 pelo prato à la carte. Se tivesse optado pela refeição comercial, de R$ 23, a diferença entre o gasto com a refeição, que envolve os ingredientes e o preparo do prato, e o estacionamento, que é basicamente serviço, poderia ter sido ainda menor. "É um absurdo. Há um descontrole entre os preços.
Ele disse que nota como anda a inflação não pelos índices dos institutos de pesquisas, mas de olho nos gastos que tem com pequenas coisas no dia a dia e a frequência com que esses preços são reajustados. No caso da escola dos filhos, Amorim lembrou que existe uma regra e o reajuste da mensalidade ocorre uma vez por ano.
Cristian Dimitrius, de 38 anos, cinegrafista, é outro consumidor que acompanha o custo de vida atento para frequência com que os preços das pequenas coisas aumentam. "E não existe uma regra clara para aumentar os preços dessas pequenas despesas", ressaltou, também indignado com a desproporção entre o preço da refeição pago no restaurante e do estacionamento.
Impostos. Essa desproporção entre os preços de pequenos gastos provocados pelo avanço da inflação, com o preço do prato e do estacionamento, já foi observado pela proprietária do Pira Grill, Vera Marta Canesin. "Isso espanta o cliente, que acaba vindo a pé", conta ela.
A empresária explica que o serviço de estacionamento do restaurante é prestado por uma empresa especializada.
Ela diz que também não concorda com a desproporção entre os preços da refeição e do estacionamento, mas ressalta que, diante dos custos elevados, especialmente dos impostos e do preço do terreno na região, torna-se improvável ter um preço menor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Autor: MÁRCIA DE CHIARA - Agencia Estado
Inflação aparece nas 'pequenas coisas'
SÃO PAULO - A inflação mostra a sua cara para o cidadão comum nas pequenas coisas. Um levantamento feito pelo ''Estado'' com base em uma amostra aleatória de 15 produtos e serviços que, juntos, respondem só por 3,5% da inflação oficial do País mostra que em 12 meses até julho todos esses itens registraram variações de preços bem superiores à alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,27%.
Na liderança e na vice-liderança do ranking da inflação das "pequenas coisas" estão os serviços de depilação e de manicure que ficaram mais caros 14,78% e 12,07%, respectivamente. Isto é, subiram o dobro da inflação do período. O peso do serviço de depilação é de 0,01% no IPCA e o de manicure, de 0,43%.
Na sequência vem o estacionamento, cujo preço subiu 11,98% em 12 meses até julho, e o cafezinho, que aumentou 11,6%. O estacionamento responde por 0,11% do IPCA e o cafezinho por 0,07%.
"Essa inflação das pequenas coisas é que passa para o consumidor a ideia de descontrole", afirma o economista Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e um dos maiores especialistas em inflação.
Segundo ele, as pessoas comuns não têm condição de traduzir para o seu dia a dia o que é uma alta de 0,03% na inflação. Heron faz referência ao resultado do IPCA de julho, o menor em três anos e que foi comemorado pelo governo por trazer a inflação acumulada em 12 meses de volta ao intervalo previsto pela meta do governo.
Mas, de acordo com o economista, quando o consumidor começa a notar que os preços de alguns produtos e serviços que ele compra com regularidade, independente do peso que eles tenham no orçamento, estão subindo com maior frequência, isso dá a percepção de uma inflação sem controle.
Estacionamento. É exatamente essa sensação de descontrole de preços que o cineasta Pedro Amorim, de 35 anos, pai de dois filhos, tem. Na última sexta-feira, ele ficou indignado com o que gastou para estacionar o carro no restaurante Pira Grill, da Vila Madalena, em São Paulo. Ele pagou R$ 18 para estacionar o veículo e R$ 35 pelo prato à la carte. Se tivesse optado pela refeição comercial, de R$ 23, a diferença entre o gasto com a refeição, que envolve os ingredientes e o preparo do prato, e o estacionamento, que é basicamente serviço, poderia ter sido ainda menor. "É um absurdo. Há um descontrole entre os preços.
Ele disse que nota como anda a inflação não pelos índices dos institutos de pesquisas, mas de olho nos gastos que tem com pequenas coisas no dia a dia e a frequência com que esses preços são reajustados. No caso da escola dos filhos, Amorim lembrou que existe uma regra e o reajuste da mensalidade ocorre uma vez por ano.
Cristian Dimitrius, de 38 anos, cinegrafista, é outro consumidor que acompanha o custo de vida atento para frequência com que os preços das pequenas coisas aumentam. "E não existe uma regra clara para aumentar os preços dessas pequenas despesas", ressaltou, também indignado com a desproporção entre o preço da refeição pago no restaurante e do estacionamento.
Impostos. Essa desproporção entre os preços de pequenos gastos provocados pelo avanço da inflação, com o preço do prato e do estacionamento, já foi observado pela proprietária do Pira Grill, Vera Marta Canesin. "Isso espanta o cliente, que acaba vindo a pé", conta ela.
A empresária explica que o serviço de estacionamento do restaurante é prestado por uma empresa especializada.
Ela diz que também não concorda com a desproporção entre os preços da refeição e do estacionamento, mas ressalta que, diante dos custos elevados, especialmente dos impostos e do preço do terreno na região, torna-se improvável ter um preço menor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Autor: MÁRCIA DE CHIARA - Agencia Estado
Inflação aparece nas 'pequenas coisas'
Era só que faltava Juíses criticam tratamento de Barbosa a Lewandowski
Juíses criticam tratamento de Barbosa a Lewandowski
Por Breno Pires
Entidades de classe de magistrados publicaram nesta sexta-feira, 16, nota pública condenando o tratamento dispensado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, ao ministro Ricardo Lewandowski na sessão do julgamento dos embargos declaratórios na ação penal 470 (mensalão) nessa quinta-feira, 15.
Para a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), "a insinuação de que um colega de tribunal estaria a fazer ?chicanas? não é tratamento adequado a um membro da Suprema Corte brasileira." A nota é assinada pelos presidentes da AMB, Nelson Calanda, da Ajufe, Nino Toldo, e da Anamatra, Paulo Schmidt.
As associações destacam que é preciso haver cortesia - de acordo com o Código de Ética da Magistratura Nacional - e que, embora divergências sejam "naturais e compreensíveis em um julgamento", o tratamento entre os ministros deve se conservar respeitoso. "Os magistrados precisam ter independência para decidir e não podem ser criticados por quem, na mesma Corte, divirja do seu entendimento", diz a nota.
As associações dizem que atitude como a de Barbosa na sessão pode influir negativamente no conceito que se tem sobre o STF e afirmam esperar que "o respeito volte a orientar as atitudes de quem tem o dever maior de julgar as grandes causas da Nação".
As três associações já haviam assinado, no início de março, uma nota de repúdio a declarações de Barbosa de que juízes brasileiros têm "mentalidade mais conservadora, pró status quo, pró impunidade". Em nota pública, disseram que "não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros".
Também em março, houve forte reação da toga a declarações de Barbosa de que há muitos juízes a serem punidos com expulsão e que o conluio deles com advogados é "o que há de mais pernicioso". Representantes de AMB, Ajufe, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho Nacional de Justiça, em entrevista coletiva, afirmaram que as declarações de Barbosa afetam a credibilidade do Judiciário e o Estado de Direito democrático e remetem o País ao tempo da barbárie.
No início de agosto, a Anamatra publicou nota de esclarecimento em resposta à afirmação de Barbosa de que as entidades de classe da Magistratura brasileira fazem "politicagem" ao levar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) consulta sobre um juiz poder ou não ser gerente de titular de empresa com fins lucrativos.
Copyright © 2013 Agência Estado. Todos os direitos reservados.
Juíses criticam tratamento de Barbosa a Lewandowski - ISTOÉ Dinheiro
Por Breno Pires
Entidades de classe de magistrados publicaram nesta sexta-feira, 16, nota pública condenando o tratamento dispensado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, ao ministro Ricardo Lewandowski na sessão do julgamento dos embargos declaratórios na ação penal 470 (mensalão) nessa quinta-feira, 15.
Para a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), "a insinuação de que um colega de tribunal estaria a fazer ?chicanas? não é tratamento adequado a um membro da Suprema Corte brasileira." A nota é assinada pelos presidentes da AMB, Nelson Calanda, da Ajufe, Nino Toldo, e da Anamatra, Paulo Schmidt.
As associações destacam que é preciso haver cortesia - de acordo com o Código de Ética da Magistratura Nacional - e que, embora divergências sejam "naturais e compreensíveis em um julgamento", o tratamento entre os ministros deve se conservar respeitoso. "Os magistrados precisam ter independência para decidir e não podem ser criticados por quem, na mesma Corte, divirja do seu entendimento", diz a nota.
As associações dizem que atitude como a de Barbosa na sessão pode influir negativamente no conceito que se tem sobre o STF e afirmam esperar que "o respeito volte a orientar as atitudes de quem tem o dever maior de julgar as grandes causas da Nação".
As três associações já haviam assinado, no início de março, uma nota de repúdio a declarações de Barbosa de que juízes brasileiros têm "mentalidade mais conservadora, pró status quo, pró impunidade". Em nota pública, disseram que "não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros".
Também em março, houve forte reação da toga a declarações de Barbosa de que há muitos juízes a serem punidos com expulsão e que o conluio deles com advogados é "o que há de mais pernicioso". Representantes de AMB, Ajufe, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho Nacional de Justiça, em entrevista coletiva, afirmaram que as declarações de Barbosa afetam a credibilidade do Judiciário e o Estado de Direito democrático e remetem o País ao tempo da barbárie.
No início de agosto, a Anamatra publicou nota de esclarecimento em resposta à afirmação de Barbosa de que as entidades de classe da Magistratura brasileira fazem "politicagem" ao levar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) consulta sobre um juiz poder ou não ser gerente de titular de empresa com fins lucrativos.
Copyright © 2013 Agência Estado. Todos os direitos reservados.
Juíses criticam tratamento de Barbosa a Lewandowski - ISTOÉ Dinheiro
Mundo Corporativo | Economia SC - A Informação que dá resultado
Max Geringher fala da sua experiência em contabilidade na Contesc
Na palestra de abertura da XXVIII Contesc (Convenção da Contabilidade de Santa Catarina) em Itajaí, o consultor e comentarista Max Geringher fez um passeio pelo próprio passado e fez analogias com situações do mundo corporativo para elogiar as habilidades dos profissionais da contabilidade.
"A humanidade começou a escrever por conta do contador, que precisava registrar as transações", começou ele, contando em seguida que, além de Administração, fez o curso de Técnico em Contabilidade, o que lhe fez prestar mais atenção nos detalhes numéricos. "Essa talvez fosse a diferença que eu tinha nas empresas onde trabalhei, pois eu montava balanços dentro da empresa de um modo diferente, montando por ordem de despesa, da maior para menor. Outro ponto que aprendi foi ir atrás de mais dados quando a descrição da despesa não era detalhada, ou seja, eu abria para entender e acabei recebendo pontos nas organizações ao fazer observações do detalhe do detalhe", relatou.
Ao fazer comparações de hábitos de décadas passadas com a atualidade, Max Geringher ressaltou preocupações com a segurança antes inexistentes, aumento do poder de compra que fez mais pessoas terem acesso a bens de consumo antes destinados apenas aos mais abastados e tecnologias que facilitam o dia a dia mas confundem a percepção dos profissionais, pois mudam os instrumentos, mas alguns valores continuam os mesmos.
Entre uma frase de efeito e outra, o palestrante fazia considerações sobre a profissão de contador. "Arrume o melhor contador do mundo, pois não há nada pior do que decidir com base em dados errados. E quem toma a decisão é que será sempre cobrado", disse.
Ao abordar o tema da Contesc, que uniu Conhecimento, Habilidade e Atitude, ele enfatizou que as escolhas são de cada um, podemos ver o lado ruim ou o lado bom. "No mundo corporativo temos o tempo de trabalhar e o tempo de colher.
Precisamos ter muitas experiências para poder escolher mais tarde o que queremos fazer, portanto o recado está dado, é preciso trabalhar muito antes de alcançar qualquer resultado", afirmou.
Outro tema abordado por Max Geringher foi o tema liderança. "Existem algumas palavras que estão na moda, liderar é uma delas, mas não adianta só espírito de liderança, é preciso termos os liderados. Existem estimativas que dizem que de cada 10 profissionais numa empresa, oito nunca serão promovidos. Parece alto, mas essa é a proporção. É importante ter essas características e existem pessoas que tiveram carreiras brilhantes e nunca foram chefes".
Mundo Corporativo | Economia SC - A Informação que dá resultado
Na palestra de abertura da XXVIII Contesc (Convenção da Contabilidade de Santa Catarina) em Itajaí, o consultor e comentarista Max Geringher fez um passeio pelo próprio passado e fez analogias com situações do mundo corporativo para elogiar as habilidades dos profissionais da contabilidade.
"A humanidade começou a escrever por conta do contador, que precisava registrar as transações", começou ele, contando em seguida que, além de Administração, fez o curso de Técnico em Contabilidade, o que lhe fez prestar mais atenção nos detalhes numéricos. "Essa talvez fosse a diferença que eu tinha nas empresas onde trabalhei, pois eu montava balanços dentro da empresa de um modo diferente, montando por ordem de despesa, da maior para menor. Outro ponto que aprendi foi ir atrás de mais dados quando a descrição da despesa não era detalhada, ou seja, eu abria para entender e acabei recebendo pontos nas organizações ao fazer observações do detalhe do detalhe", relatou.
Ao fazer comparações de hábitos de décadas passadas com a atualidade, Max Geringher ressaltou preocupações com a segurança antes inexistentes, aumento do poder de compra que fez mais pessoas terem acesso a bens de consumo antes destinados apenas aos mais abastados e tecnologias que facilitam o dia a dia mas confundem a percepção dos profissionais, pois mudam os instrumentos, mas alguns valores continuam os mesmos.
Entre uma frase de efeito e outra, o palestrante fazia considerações sobre a profissão de contador. "Arrume o melhor contador do mundo, pois não há nada pior do que decidir com base em dados errados. E quem toma a decisão é que será sempre cobrado", disse.
Ao abordar o tema da Contesc, que uniu Conhecimento, Habilidade e Atitude, ele enfatizou que as escolhas são de cada um, podemos ver o lado ruim ou o lado bom. "No mundo corporativo temos o tempo de trabalhar e o tempo de colher.
Precisamos ter muitas experiências para poder escolher mais tarde o que queremos fazer, portanto o recado está dado, é preciso trabalhar muito antes de alcançar qualquer resultado", afirmou.
Outro tema abordado por Max Geringher foi o tema liderança. "Existem algumas palavras que estão na moda, liderar é uma delas, mas não adianta só espírito de liderança, é preciso termos os liderados. Existem estimativas que dizem que de cada 10 profissionais numa empresa, oito nunca serão promovidos. Parece alto, mas essa é a proporção. É importante ter essas características e existem pessoas que tiveram carreiras brilhantes e nunca foram chefes".
Mundo Corporativo | Economia SC - A Informação que dá resultado
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita
Por Redação
Depois de um primeiro trimestre com recorde de lucro, a Ambev registrou queda nesse quesito no segundo balanço do ano. A empresa anunciou nesta quarta-feira (31/7) que seu lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, 1,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A receita da companhia, no entanto, cresceu 9,9%, para R$ 7,5 bilhões.
De acordo com o relatório de resultados da Ambev, a queda de "um dígito médio" da indústria cervejeira em abril e as condições macroeconômicas, como a inflação dos alimentos, contribuíram para o número negativo, que foi amortizado pelas melhoras climáticas e a Copa das Confederações em maio e junho.
O crescimento do Ebitda (ganhos antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 3,2 bilhões, aumento de 9,5% em comparação ao segundo trimestre de 2012, também foi comemorado para a empresa, que coloca a melhora do indicador financeiro como meta para 2013. "Especialmente no que diz respeito ao segmento cerveja Brasil", diz a Ambev em comunicado.
Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, a produção de cerveja teve queda de 3,8% no último trimestre em comparação com 2012. A de refrigerantes seguiu a mesma tendência e caiu 3,4%.
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
Por Redação
Depois de um primeiro trimestre com recorde de lucro, a Ambev registrou queda nesse quesito no segundo balanço do ano. A empresa anunciou nesta quarta-feira (31/7) que seu lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, 1,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A receita da companhia, no entanto, cresceu 9,9%, para R$ 7,5 bilhões.
De acordo com o relatório de resultados da Ambev, a queda de "um dígito médio" da indústria cervejeira em abril e as condições macroeconômicas, como a inflação dos alimentos, contribuíram para o número negativo, que foi amortizado pelas melhoras climáticas e a Copa das Confederações em maio e junho.
O crescimento do Ebitda (ganhos antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 3,2 bilhões, aumento de 9,5% em comparação ao segundo trimestre de 2012, também foi comemorado para a empresa, que coloca a melhora do indicador financeiro como meta para 2013. "Especialmente no que diz respeito ao segmento cerveja Brasil", diz a Ambev em comunicado.
Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, a produção de cerveja teve queda de 3,8% no último trimestre em comparação com 2012. A de refrigerantes seguiu a mesma tendência e caiu 3,4%.
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita
Por Redação
Depois de um primeiro trimestre com recorde de lucro, a Ambev registrou queda nesse quesito no segundo balanço do ano. A empresa anunciou nesta quarta-feira (31/7) que seu lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, 1,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A receita da companhia, no entanto, cresceu 9,9%, para R$ 7,5 bilhões.
De acordo com o relatório de resultados da Ambev, a queda de "um dígito médio" da indústria cervejeira em abril e as condições macroeconômicas, como a inflação dos alimentos, contribuíram para o número negativo, que foi amortizado pelas melhoras climáticas e a Copa das Confederações em maio e junho.
O crescimento do Ebitda (ganhos antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 3,2 bilhões, aumento de 9,5% em comparação ao segundo trimestre de 2012, também foi comemorado para a empresa, que coloca a melhora do indicador financeiro como meta para 2013. "Especialmente no que diz respeito ao segmento cerveja Brasil", diz a Ambev em comunicado.
Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, a produção de cerveja teve queda de 3,8% no último trimestre em comparação com 2012. A de refrigerantes seguiu a mesma tendência e caiu 3,4%.
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
Por Redação
Depois de um primeiro trimestre com recorde de lucro, a Ambev registrou queda nesse quesito no segundo balanço do ano. A empresa anunciou nesta quarta-feira (31/7) que seu lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, 1,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A receita da companhia, no entanto, cresceu 9,9%, para R$ 7,5 bilhões.
De acordo com o relatório de resultados da Ambev, a queda de "um dígito médio" da indústria cervejeira em abril e as condições macroeconômicas, como a inflação dos alimentos, contribuíram para o número negativo, que foi amortizado pelas melhoras climáticas e a Copa das Confederações em maio e junho.
O crescimento do Ebitda (ganhos antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 3,2 bilhões, aumento de 9,5% em comparação ao segundo trimestre de 2012, também foi comemorado para a empresa, que coloca a melhora do indicador financeiro como meta para 2013. "Especialmente no que diz respeito ao segmento cerveja Brasil", diz a Ambev em comunicado.
Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, a produção de cerveja teve queda de 3,8% no último trimestre em comparação com 2012. A de refrigerantes seguiu a mesma tendência e caiu 3,4%.
Ambev registra menor lucro, mas aumenta receita - ISTOÉ Dinheiro
O melhor amigo do investidor - ISTOÉ Dinheiro
As companhias abertas são fiscalizadas pela CVM, por auditorias e conselheiros, mas isso não protege o investidor que não for desconfiado e não usar seu bom-senso (Por Cláudio Gradilone)
por Cláudio Gradilone
O economista Pedro Malan, que comandou o Ministério da Fazenda entre 1995 e 2002, é um profissional acima da crítica. Sua ética e sua postura inatacável, no cargo e fora dele, são indiscutíveis. A melhor prova disso é que, mesmo tendo comandado a principal pasta da República durante dois governos, ele ainda trabalha para viver. No entanto, nem mesmo um profissional como Malan foi capaz de defender os investidores da petrolífera OGX. Malan, Ellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e o ex-senador Rodolpho Tourinho Neto eram os três conselheiros independentes da OGX. Todos renunciaram ao cargo no dia 21 de junho, em plena crise de confiança do mercado quanto às perspectivas da empresa.
Partiram sem fazer comentários, e sua saída do cargo ajudou a precipitar ainda mais a queda das cotações, pois elevou a desconfiança com relação às perspectivas para a empresa. Se nem mesmo profissionais gabaritados conseguem proteger os acionistas minoritários quando tomam assento no Conselho de uma empresa, o que fazer? Amplamente citada em qualquer livro sobre o mercado financeiro, a expressão latina caveat emptor, que significa “cuide-se, comprador”, é o alerta mais preciso para quem pensa em adquirir uma ação. As empresas abertas são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, quando ligadas ao mercado financeiro, também pelo Banco Central (BC).
Os bancos responsáveis por trazê-las ao mercado têm de cumprir normas estritas de confidencialidade. Pela Lei das Sociedades Anônimas aprovada em 2001, elas são obrigadas a manter um conselho fiscal interno para analisar as contas. Submetem seus balanços a empresas de auditoria que cobram caro para esquadrinhar seus números. Finalmente, seus executivos podem ser excluídos do mercado financeiro se negociarem ações com base em informações privilegiadas, ou se não medirem milimetricamente as palavras ao falar dos planos e previsões da companhia. Com todos esses controles, barreiras e fiscais, o investidor deve se acautelar.
A formalização da chamada “assimetria de informação” entre investidores e gestores de empresas rendeu um prêmio Nobel de economia ao americano Joseph Stiglitz em 2001. Stiglitz demonstrou a ineficiência dos mercados em trabalho a seis mãos com os colegas George Akerlof e Michael Spence e provou que o investidor sempre estará em desvantagem. O motivo é simples. Mesmo que acompanhe de perto as decisões e os comunicados da empresa, compareça a todos os eventos e leia todos os relatórios independentes, o investidor terá, na melhor das hipóteses, uma visão parcial e incompleta do que se passa do lado de dentro do portão.
Nesse ambiente, a quem apelar? A resposta de que o investidor vê seu melhor amigo quando contempla o espelho é inexata. O único – não o melhor – amigo do investidor é ele mesmo. Por isso, na hora de decidir por um investimento, seja em uma ação negociada em bolsa, seja em uma empresa ou em um título de renda fixa oferecido por um banco, o investidor tem de contar com doses razoáveis de cautela e bom-senso. Se der ouvidos à ganância, não tomar precauções e não desconfiar de promessas mirabolantes, o investidor perderá seu dinheiro. E vale aqui a recomendação de Warren Buffett. “Se você sentar-se em uma roda de pôquer e, em meia hora, não descobrir quem é o pato, vá embora: o pato é você.”
Artigo - ISTOÉ Dinheiro
por Cláudio Gradilone
O economista Pedro Malan, que comandou o Ministério da Fazenda entre 1995 e 2002, é um profissional acima da crítica. Sua ética e sua postura inatacável, no cargo e fora dele, são indiscutíveis. A melhor prova disso é que, mesmo tendo comandado a principal pasta da República durante dois governos, ele ainda trabalha para viver. No entanto, nem mesmo um profissional como Malan foi capaz de defender os investidores da petrolífera OGX. Malan, Ellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e o ex-senador Rodolpho Tourinho Neto eram os três conselheiros independentes da OGX. Todos renunciaram ao cargo no dia 21 de junho, em plena crise de confiança do mercado quanto às perspectivas da empresa.
Partiram sem fazer comentários, e sua saída do cargo ajudou a precipitar ainda mais a queda das cotações, pois elevou a desconfiança com relação às perspectivas para a empresa. Se nem mesmo profissionais gabaritados conseguem proteger os acionistas minoritários quando tomam assento no Conselho de uma empresa, o que fazer? Amplamente citada em qualquer livro sobre o mercado financeiro, a expressão latina caveat emptor, que significa “cuide-se, comprador”, é o alerta mais preciso para quem pensa em adquirir uma ação. As empresas abertas são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, quando ligadas ao mercado financeiro, também pelo Banco Central (BC).
Os bancos responsáveis por trazê-las ao mercado têm de cumprir normas estritas de confidencialidade. Pela Lei das Sociedades Anônimas aprovada em 2001, elas são obrigadas a manter um conselho fiscal interno para analisar as contas. Submetem seus balanços a empresas de auditoria que cobram caro para esquadrinhar seus números. Finalmente, seus executivos podem ser excluídos do mercado financeiro se negociarem ações com base em informações privilegiadas, ou se não medirem milimetricamente as palavras ao falar dos planos e previsões da companhia. Com todos esses controles, barreiras e fiscais, o investidor deve se acautelar.
A formalização da chamada “assimetria de informação” entre investidores e gestores de empresas rendeu um prêmio Nobel de economia ao americano Joseph Stiglitz em 2001. Stiglitz demonstrou a ineficiência dos mercados em trabalho a seis mãos com os colegas George Akerlof e Michael Spence e provou que o investidor sempre estará em desvantagem. O motivo é simples. Mesmo que acompanhe de perto as decisões e os comunicados da empresa, compareça a todos os eventos e leia todos os relatórios independentes, o investidor terá, na melhor das hipóteses, uma visão parcial e incompleta do que se passa do lado de dentro do portão.
Nesse ambiente, a quem apelar? A resposta de que o investidor vê seu melhor amigo quando contempla o espelho é inexata. O único – não o melhor – amigo do investidor é ele mesmo. Por isso, na hora de decidir por um investimento, seja em uma ação negociada em bolsa, seja em uma empresa ou em um título de renda fixa oferecido por um banco, o investidor tem de contar com doses razoáveis de cautela e bom-senso. Se der ouvidos à ganância, não tomar precauções e não desconfiar de promessas mirabolantes, o investidor perderá seu dinheiro. E vale aqui a recomendação de Warren Buffett. “Se você sentar-se em uma roda de pôquer e, em meia hora, não descobrir quem é o pato, vá embora: o pato é você.”
Artigo - ISTOÉ Dinheiro
O novo alvo da bolsa - ISTOÉ Dinheiro
BM&FBovespa pressiona corretoras para contratar os agentes autônomos e provoca mais uma divisão no mercado
O clima estava tenso no auditório da BM&FBovespa na quinta-feira 6 de junho. A sala no primeiro andar do prédio no Centro Velho de São Paulo estava reservada para um encontro protocolar da direção da Bolsa com os representantes de cerca de 50 corretoras de valores. O recinto abrigava, no entanto, mais de 200 pessoas, na maioria agentes autônomos de investimento. Esses profissionais prestam serviços para as corretoras de valores. Atendem clientes e recebem ordens de compra e venda de ações, ouvem as reclamações e as críticas, além de trocar um dedo de prosa com os investidores, movimentando os rumores mais quentes do mercado. Nenhum deles estava de bom humor.
No palco, Edemir Pinto, CEO da Bolsa, repetia o que nenhum deles queria ouvir. As corretoras, disse Edemir, têm até meados do ano que vem para formalizar sua relação de trabalho com esses profissionais. As alternativas são duas. Eles podem ser contratados, seguindo toda a liturgia da Consolidação das Leis do Trabalho. Ou então vão ter de abandonar o expediente no ambiente barulhento e apinhado das corretoras e serão obrigados a abrir escritórios próprios. Isso significa arcar com os custos de aluguel, de informática e de telefonia para continuar atendendo seus clientes. Qualquer que seja a alternativa adotada, seus custos vão subir.
A perspectiva de menos dinheiro no bolso fez com que a recepção a Edemir estivesse longe de ser calorosa. O executivo ouviu vaias e reclamações. “Achei que ele ia ser linchado”, diz Marcos Maluf, sócio-controlador da corretora paulista Um Investimentos, presente à reunião. A pressão sobre os agentes é mais um episódio na queda de braço entre a BM&F e as corretoras. As rixas começaram em 2008. Naquele ano, preparando sua abertura de capital, tanto Bovespa quanto BM&F, que depois se fundiriam em uma mesma empresa, mudaram sua personalidade jurídica. Antes propriedade das corretoras – e apelidadas desdenhosamente de “clube do charuto” –, as bolsas tornaram-se empresas abertas.
Com a fusão, as corretoras viram-se sujeitas a um monopólio. Não há, fora da Bolsa, nenhum ambiente relevante para negociar ações. Mais do que isso, a mudança alterou abruptamente a relação entre ambas. De proprietárias, as corretoras tornaram-se clientes de uma corporação que tem de dar lucro. Assim, serviços essenciais, como telecomunicações, que eram pesadamente subsidiados pela Bolsa, passaram a custar bem mais caro. “A BM&F deixou de fingir que cobrava e as corretoras deixaram de fingir que pagavam, e isso vai continuar assim”, diz um diretor da BM&FBovespa, que não comenta o assunto formalmente. A ofensiva mais recente foi direcionada à situação legal dos quase 9 mil agentes autônomos pessoas físicas registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A partir do ano que vem, as corretoras que não tiverem formalizado a situação desses profissionais não poderão solicitar os selos de qualidade operacional da Bolsa. Instituídos em 2007, esses selos garantem que as corretoras executem corretamente as ordens de compra e de venda de ações e outros ativos financeiros. Quase todos os investidores institucionais, como os fundos de pensão, todos os bancos internacionais e as grandes instituições financeiras brasileiras exigem que as corretoras tenham esses selos. “Na prática, sem eles você está fora do mercado”, diz Maluf. “A Bolsa está dificultando a vida das corretoras.”
A mudança atingiu casas tradicionais em cheio e obrigou essas intermediadoras de negócio a mudar sua forma de atuar. “Tivemos de nos reinventar”, diz a economista paulista Fernanda de Lima, controladora da corretora Gradual. “Investimos pesadamente em tecnologia e em telecomunicações e até o ano que vem vamos regularizar a situação de todos os agentes.” A executiva não comemora os gastos, mas reconhece a necessidade da atualização. “Ninguém gosta de mudança, mas sem essas regras o controle da corretora fica mais difícil”, diz ela. “Ao formalizar a situação, nós reduzimos os riscos de ordens e a ameaça de processos trabalhistas.”
Por Cláudio GRADILONE
O novo alvo da bolsa - ISTOÉ Dinheiro
O clima estava tenso no auditório da BM&FBovespa na quinta-feira 6 de junho. A sala no primeiro andar do prédio no Centro Velho de São Paulo estava reservada para um encontro protocolar da direção da Bolsa com os representantes de cerca de 50 corretoras de valores. O recinto abrigava, no entanto, mais de 200 pessoas, na maioria agentes autônomos de investimento. Esses profissionais prestam serviços para as corretoras de valores. Atendem clientes e recebem ordens de compra e venda de ações, ouvem as reclamações e as críticas, além de trocar um dedo de prosa com os investidores, movimentando os rumores mais quentes do mercado. Nenhum deles estava de bom humor.
No palco, Edemir Pinto, CEO da Bolsa, repetia o que nenhum deles queria ouvir. As corretoras, disse Edemir, têm até meados do ano que vem para formalizar sua relação de trabalho com esses profissionais. As alternativas são duas. Eles podem ser contratados, seguindo toda a liturgia da Consolidação das Leis do Trabalho. Ou então vão ter de abandonar o expediente no ambiente barulhento e apinhado das corretoras e serão obrigados a abrir escritórios próprios. Isso significa arcar com os custos de aluguel, de informática e de telefonia para continuar atendendo seus clientes. Qualquer que seja a alternativa adotada, seus custos vão subir.
A perspectiva de menos dinheiro no bolso fez com que a recepção a Edemir estivesse longe de ser calorosa. O executivo ouviu vaias e reclamações. “Achei que ele ia ser linchado”, diz Marcos Maluf, sócio-controlador da corretora paulista Um Investimentos, presente à reunião. A pressão sobre os agentes é mais um episódio na queda de braço entre a BM&F e as corretoras. As rixas começaram em 2008. Naquele ano, preparando sua abertura de capital, tanto Bovespa quanto BM&F, que depois se fundiriam em uma mesma empresa, mudaram sua personalidade jurídica. Antes propriedade das corretoras – e apelidadas desdenhosamente de “clube do charuto” –, as bolsas tornaram-se empresas abertas.
Com a fusão, as corretoras viram-se sujeitas a um monopólio. Não há, fora da Bolsa, nenhum ambiente relevante para negociar ações. Mais do que isso, a mudança alterou abruptamente a relação entre ambas. De proprietárias, as corretoras tornaram-se clientes de uma corporação que tem de dar lucro. Assim, serviços essenciais, como telecomunicações, que eram pesadamente subsidiados pela Bolsa, passaram a custar bem mais caro. “A BM&F deixou de fingir que cobrava e as corretoras deixaram de fingir que pagavam, e isso vai continuar assim”, diz um diretor da BM&FBovespa, que não comenta o assunto formalmente. A ofensiva mais recente foi direcionada à situação legal dos quase 9 mil agentes autônomos pessoas físicas registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A partir do ano que vem, as corretoras que não tiverem formalizado a situação desses profissionais não poderão solicitar os selos de qualidade operacional da Bolsa. Instituídos em 2007, esses selos garantem que as corretoras executem corretamente as ordens de compra e de venda de ações e outros ativos financeiros. Quase todos os investidores institucionais, como os fundos de pensão, todos os bancos internacionais e as grandes instituições financeiras brasileiras exigem que as corretoras tenham esses selos. “Na prática, sem eles você está fora do mercado”, diz Maluf. “A Bolsa está dificultando a vida das corretoras.”
A mudança atingiu casas tradicionais em cheio e obrigou essas intermediadoras de negócio a mudar sua forma de atuar. “Tivemos de nos reinventar”, diz a economista paulista Fernanda de Lima, controladora da corretora Gradual. “Investimos pesadamente em tecnologia e em telecomunicações e até o ano que vem vamos regularizar a situação de todos os agentes.” A executiva não comemora os gastos, mas reconhece a necessidade da atualização. “Ninguém gosta de mudança, mas sem essas regras o controle da corretora fica mais difícil”, diz ela. “Ao formalizar a situação, nós reduzimos os riscos de ordens e a ameaça de processos trabalhistas.”
Por Cláudio GRADILONE
O novo alvo da bolsa - ISTOÉ Dinheiro
Aprenda com o Warren Buffett brasileiro - ISTOÉ Dinheiro
Comprar na baixa, vender pouco, reinvestir os dividendos: as lições do discreto Luiz BarsI, que construiu um patrimônio de R$ 1,5 bilhão no mercado de ações
Por Fernando TEIXEIRA
O paulistano Luiz Barsi Filho será eternamente grato a um amigo que, no fim da década de 1960, tentou de tudo para vender-lhe um plano de previdência privada, do extinto Montepio da Família Militar. Não, o amigo não foi um guru inspirador. “Era um chato, coitado”, diz o investidor. No entanto, indiretamente, foi quem estimulou Barsi a conhecer o mercado acionário. “Eu queria provar para ele que a bolsa rendia mais do que o plano de previdência e, por isso, passei algumas semanas estudando o mercado, comparando empresas e analisando setores”, diz ele, que fez sua carreira profissional como auditor e na área financeira de pequenas empresas.
“Concluí que ganharia muito mais dinheiro comprando ações baratas de empresas que pagam bons dividendos.” Quase cinco décadas se passaram, Barsi formou-se em contabilidade, ciências atuariais, economia e direito. Os montepios faliram fragorosamente na década de 1980, as ações subiram e desceram ao sabor das crises e dos humores do mercado e Barsi – que seguiu sua própria estratégia à risca – não tem do que reclamar. Ele não declara o patrimônio. “Tenho o suficiente.” Tampouco diz quanto ganha de dividendos todos os anos. “Recebo um bom dinheiro.”
Aos 74 anos, dono de 13,6% das ações da Eternit e maior acionista individual de companhias como Unipar e Banco do Brasil, Barsi é um dos investidores mais bem-sucedidos do Brasil, com um patrimônio pessoal estimado pelo mercado em R$ 1,5 bilhão. Em entrevista à DINHEIRO, na corretora Elite, onde comparece todos os dias para comprar (e raramente para vender) ações, Barsi falou do mercado, da crise, de Warren Buffett, maior investidor americano e segundo homem mais rico do mundo, e de como ganhar e gastar dinheiro em tempos de bonança ou de turbulência. A seguir, os principais tópicos da conversa:
1) Pensar no longo prazo
Esse é um dos vários pontos em comum de sua filosofia de investimento com a de Buffett. Por isso, Barsi diz sentir-se como peixe dentro d’água em crises como a atual, quando as cotações desabam. Nesses momentos, quando a maioria dos investidores está vendendo papéis a baixo preço, Barsi aproveita para aumentar suas posições. “Quando uma ação está barata, eu compro; quando está cara, eu não realizo lucro, simplesmente deixo de comprar.” Assim como Buffett, ele não conta com a possibilidade de ganhar dinheiro revendendo os papéis por um preço mais elevado. “Todo mundo quer comprar barato e vender caro, e, nesse mercado, quem define o preço de saída não sou eu, é o comprador”, diz.
Recomendação: “Eu não compro ações. Escolho boas empresas, com bons fundamentos, e me torno parceiro delas no longo prazo.”
2) Não ter medo de ir contra a corrente
Nos últimos tempos, Barsi tem comprado grandes quantidades de papéis cuja simples menção provocaria crises de pânico na maioria dos administradores de fundos. “Atualmente, minhas preferidas são Banco do Brasil, Eletrobras e Eletropaulo”, diz. A preferência pelo banco estatal é explicada pelo baixo preço das ações e pelo pagamento consistente de dividendos. “Bradesco e Itaú estão caros. A rentabilidade do Banco do Brasil é quase o dobro.” O mesmo raciocínio vale para as empresas elétricas. Esses papéis vêm sofrendo desde o início do ano, quando o governo federal alterou o cálculo de remuneração das concessões, causando pesadas perdas. Também merece sua atenção o setor petroquímico, em especial as ações da Unipar e da Ultrapar.
Recomendação: “As boas empresas não se tornam ruins porque o mercado está em crise.”
Pensar no longo prazo, escolher boas empresas e crescer
com elas: a estratégia de Barsi que Buffett aplaudiria (Warren Buffett)
3) Reinvestir os dividendos
O raciocínio de Barsi para escolher uma empresa é simples: ele procura companhias que pagam sistematicamente bons dividendos, como as ações ordinárias da Eletrobras. “Pelo estatuto, ela continua pagando um dividendo obrigatório elevado”, diz Barsi. A queda de cerca de 65% nos 12 meses até junho não o assusta. Ao contrário. “Isso me favorece. Compro a ação pensando em obter uma renda anual, e, se a cotação cai, adquirir essa renda custa menos dinheiro”, diz. Idem para a Eletropaulo, outra recente queridinha, ao lado de Transmissão Paulista e CPFL, além de nomes do setor de papel e celulose, como Suzano e Klabin. Semelhante raciocínio garantiu a construção e a multiplicação de seu patrimônio.
Recomendação: “Toda empresa vale a pena, desde que ela pague um dividendo inteligente.”
4) Saber quando vender
Barsi é um investidor de longo prazo por excelência, daqueles que compram ações durante décadas. Mesmo assim, ele já se desfez de algumas posições, ainda que as empresas vão ao encontro de suas preferências. O melhor exemplo é o dos papéis da Souza Cruz. A fabricante de cigarros é uma das companhias que mais agregaram valor para o acionista nas últimas décadas e paga dividendos religiosamente, o que não impediu o investidor de ter vendido essas ações há tempos. A explicação é simples. “O setor de tabaco vive com uma espada sobre a cabeça, as empresas estão cada vez mais sujeitas a processos e a restrições sobre a venda de seus produtos”, diz.
Recomendação: “Ficar atento às ameaças externas à empresa.”
5) Cuidado com os gastos
Barsi leva uma vida que se poderia classificar como espartana. Morador da região metropolitana de São Paulo, ele decidiu, há alguns anos, comprar um apartamento na capital para facilitar seus deslocamentos. Fiel a seu estilo, estudou cuidadosamente trajetos e itinerários. “Se escolhesse bairros da moda, como Jardins ou Vila Olímpia, eu perderia muito tempo no trânsito, por isso acabei comprando um apartamento de 80 metros quadrados na zona leste de São Paulo”, diz o investidor. “Fica perto do metrô, no qual, aliás, viajo de graça.” O porte de sua conta bancária permitiria a Barsi comprar várias coberturas e uma frota de helicópteros para se deslocar entre elas, mas a opção por um apartamento de classe média (bem média) mostra sua filosofia em relação aos gastos. “Vivo bem, moro em uma boa casa, não me privo de nada, mas não vou ficar comprando o que não preciso apenas para lustrar meu ego”, diz ele. Decisão que Buffett, aliás, aplaudiria.
Recomendação: “Gastar com o que é necessário e evitar a ostentação.”
Aprenda com o Warren Buffett brasileiro - ISTOÉ Dinheiro
Por Fernando TEIXEIRA
O paulistano Luiz Barsi Filho será eternamente grato a um amigo que, no fim da década de 1960, tentou de tudo para vender-lhe um plano de previdência privada, do extinto Montepio da Família Militar. Não, o amigo não foi um guru inspirador. “Era um chato, coitado”, diz o investidor. No entanto, indiretamente, foi quem estimulou Barsi a conhecer o mercado acionário. “Eu queria provar para ele que a bolsa rendia mais do que o plano de previdência e, por isso, passei algumas semanas estudando o mercado, comparando empresas e analisando setores”, diz ele, que fez sua carreira profissional como auditor e na área financeira de pequenas empresas.
“Concluí que ganharia muito mais dinheiro comprando ações baratas de empresas que pagam bons dividendos.” Quase cinco décadas se passaram, Barsi formou-se em contabilidade, ciências atuariais, economia e direito. Os montepios faliram fragorosamente na década de 1980, as ações subiram e desceram ao sabor das crises e dos humores do mercado e Barsi – que seguiu sua própria estratégia à risca – não tem do que reclamar. Ele não declara o patrimônio. “Tenho o suficiente.” Tampouco diz quanto ganha de dividendos todos os anos. “Recebo um bom dinheiro.”
Aos 74 anos, dono de 13,6% das ações da Eternit e maior acionista individual de companhias como Unipar e Banco do Brasil, Barsi é um dos investidores mais bem-sucedidos do Brasil, com um patrimônio pessoal estimado pelo mercado em R$ 1,5 bilhão. Em entrevista à DINHEIRO, na corretora Elite, onde comparece todos os dias para comprar (e raramente para vender) ações, Barsi falou do mercado, da crise, de Warren Buffett, maior investidor americano e segundo homem mais rico do mundo, e de como ganhar e gastar dinheiro em tempos de bonança ou de turbulência. A seguir, os principais tópicos da conversa:
1) Pensar no longo prazo
Esse é um dos vários pontos em comum de sua filosofia de investimento com a de Buffett. Por isso, Barsi diz sentir-se como peixe dentro d’água em crises como a atual, quando as cotações desabam. Nesses momentos, quando a maioria dos investidores está vendendo papéis a baixo preço, Barsi aproveita para aumentar suas posições. “Quando uma ação está barata, eu compro; quando está cara, eu não realizo lucro, simplesmente deixo de comprar.” Assim como Buffett, ele não conta com a possibilidade de ganhar dinheiro revendendo os papéis por um preço mais elevado. “Todo mundo quer comprar barato e vender caro, e, nesse mercado, quem define o preço de saída não sou eu, é o comprador”, diz.
Recomendação: “Eu não compro ações. Escolho boas empresas, com bons fundamentos, e me torno parceiro delas no longo prazo.”
2) Não ter medo de ir contra a corrente
Nos últimos tempos, Barsi tem comprado grandes quantidades de papéis cuja simples menção provocaria crises de pânico na maioria dos administradores de fundos. “Atualmente, minhas preferidas são Banco do Brasil, Eletrobras e Eletropaulo”, diz. A preferência pelo banco estatal é explicada pelo baixo preço das ações e pelo pagamento consistente de dividendos. “Bradesco e Itaú estão caros. A rentabilidade do Banco do Brasil é quase o dobro.” O mesmo raciocínio vale para as empresas elétricas. Esses papéis vêm sofrendo desde o início do ano, quando o governo federal alterou o cálculo de remuneração das concessões, causando pesadas perdas. Também merece sua atenção o setor petroquímico, em especial as ações da Unipar e da Ultrapar.
Recomendação: “As boas empresas não se tornam ruins porque o mercado está em crise.”
Pensar no longo prazo, escolher boas empresas e crescer
com elas: a estratégia de Barsi que Buffett aplaudiria (Warren Buffett)
3) Reinvestir os dividendos
O raciocínio de Barsi para escolher uma empresa é simples: ele procura companhias que pagam sistematicamente bons dividendos, como as ações ordinárias da Eletrobras. “Pelo estatuto, ela continua pagando um dividendo obrigatório elevado”, diz Barsi. A queda de cerca de 65% nos 12 meses até junho não o assusta. Ao contrário. “Isso me favorece. Compro a ação pensando em obter uma renda anual, e, se a cotação cai, adquirir essa renda custa menos dinheiro”, diz. Idem para a Eletropaulo, outra recente queridinha, ao lado de Transmissão Paulista e CPFL, além de nomes do setor de papel e celulose, como Suzano e Klabin. Semelhante raciocínio garantiu a construção e a multiplicação de seu patrimônio.
Recomendação: “Toda empresa vale a pena, desde que ela pague um dividendo inteligente.”
4) Saber quando vender
Barsi é um investidor de longo prazo por excelência, daqueles que compram ações durante décadas. Mesmo assim, ele já se desfez de algumas posições, ainda que as empresas vão ao encontro de suas preferências. O melhor exemplo é o dos papéis da Souza Cruz. A fabricante de cigarros é uma das companhias que mais agregaram valor para o acionista nas últimas décadas e paga dividendos religiosamente, o que não impediu o investidor de ter vendido essas ações há tempos. A explicação é simples. “O setor de tabaco vive com uma espada sobre a cabeça, as empresas estão cada vez mais sujeitas a processos e a restrições sobre a venda de seus produtos”, diz.
Recomendação: “Ficar atento às ameaças externas à empresa.”
5) Cuidado com os gastos
Barsi leva uma vida que se poderia classificar como espartana. Morador da região metropolitana de São Paulo, ele decidiu, há alguns anos, comprar um apartamento na capital para facilitar seus deslocamentos. Fiel a seu estilo, estudou cuidadosamente trajetos e itinerários. “Se escolhesse bairros da moda, como Jardins ou Vila Olímpia, eu perderia muito tempo no trânsito, por isso acabei comprando um apartamento de 80 metros quadrados na zona leste de São Paulo”, diz o investidor. “Fica perto do metrô, no qual, aliás, viajo de graça.” O porte de sua conta bancária permitiria a Barsi comprar várias coberturas e uma frota de helicópteros para se deslocar entre elas, mas a opção por um apartamento de classe média (bem média) mostra sua filosofia em relação aos gastos. “Vivo bem, moro em uma boa casa, não me privo de nada, mas não vou ficar comprando o que não preciso apenas para lustrar meu ego”, diz ele. Decisão que Buffett, aliás, aplaudiria.
Recomendação: “Gastar com o que é necessário e evitar a ostentação.”
Aprenda com o Warren Buffett brasileiro - ISTOÉ Dinheiro
Grupo X e os poços seco.
(...) As empresas X são alvo de pelo menos 17 análises da CVM sobre potenciais irregularidades em negócios, informações financeiras e relevantes. Até agora apenas um caso, relativo à LLX, foi convertido em processo administrativo sancionador. Isso significa que a empresa pode ir a julgamento e os envolvidos serem punidos, entre os quais o controlador Eike Batista e outros três ex-executivos da empresa, que administra o projeto do Porto do Açu.
O Estado de S.Paulo - 3 de junho de 2013
O Estado de S.Paulo - 3 de junho de 2013
Não diga, mais uma vez! "Auditoria vê diferença milionária na contabilidade da Via Varejo"
Contratada pela Via Varejo para levantar possíveis inconsistências na contabilidade, a auditoria KPMG descobriu diferenças de avaliação de valores que superestimaram o patrimônio da empresa em R$ 230 milhões.
A maior parte desse valor é uma diferença na avaliação do patrimônio da
Casas Bahia e do Ponto Frio, empresas que se juntaram em 2010 para
formar a Via Varejo.
A Folha apurou que R$ 170 milhões são resultado de uma diferença na avaliação dos ativos da Casas Bahia e da fabricante de móveis Bartira.
A cifra também inclui R$ 50 milhões em vendas supostamente realizadas pela Casas Bahia. As cerca de 73 mil notas fiscais dessas vendas desapareceram.
O relatório aponta ainda o não recolhimento do Imposto de Renda, PIS e Cofins e ICMS dessas vendas.
No Ponto Frio, a diferença patrimonial foi inicialmente de R$ 35 milhões.
Mas a Folha apurou que esse número pode chegar a R$ 60 milhões.
Além desses valores, a KMPG apontou novas inconsistências que não puderam ser mensuradas. Isso significa que o valor pode extrapolar os R$ 230 milhões.
Oficialmente, as empresas dizem que os números apontados pela KPMG não são definitivos, mas se negam a comentar o relatório, que é sigiloso e não pode ser usado em processos judiciais.
O assunto está sendo conduzido pelo comitê financeiro da Via Varejo com apoio técnico dos executivos.
SOLUÇÃO
Segundo apurou a reportagem, a solução que deverá ser aprovada é o pagamento das diferenças pelas partes para que o assunto seja encerrado.
Acerto semelhante foi feito no ano passado por outras diferenças.
Resolvida essa controvérsia entre os sócios, a empresa fica livre para seguir adiante com o plano da família Klein, que detém 47% da Via Varejo, de vender parte de suas ações por meio de abertura de capital da companhia.
A empresa foi avaliada em até R$ 12 bilhões -quase o triplo do valor na época da fusão. A abertura de capital agrada ao Casino, grupo francês que controla o Pão de Açúcar, dono dos outros 53%.
Procurada, a KPMG preferiu não comentar.
A Folha apurou que R$ 170 milhões são resultado de uma diferença na avaliação dos ativos da Casas Bahia e da fabricante de móveis Bartira.
A cifra também inclui R$ 50 milhões em vendas supostamente realizadas pela Casas Bahia. As cerca de 73 mil notas fiscais dessas vendas desapareceram.
O relatório aponta ainda o não recolhimento do Imposto de Renda, PIS e Cofins e ICMS dessas vendas.
No Ponto Frio, a diferença patrimonial foi inicialmente de R$ 35 milhões.
Mas a Folha apurou que esse número pode chegar a R$ 60 milhões.
Além desses valores, a KMPG apontou novas inconsistências que não puderam ser mensuradas. Isso significa que o valor pode extrapolar os R$ 230 milhões.
Oficialmente, as empresas dizem que os números apontados pela KPMG não são definitivos, mas se negam a comentar o relatório, que é sigiloso e não pode ser usado em processos judiciais.
O assunto está sendo conduzido pelo comitê financeiro da Via Varejo com apoio técnico dos executivos.
SOLUÇÃO
Segundo apurou a reportagem, a solução que deverá ser aprovada é o pagamento das diferenças pelas partes para que o assunto seja encerrado.
Acerto semelhante foi feito no ano passado por outras diferenças.
Resolvida essa controvérsia entre os sócios, a empresa fica livre para seguir adiante com o plano da família Klein, que detém 47% da Via Varejo, de vender parte de suas ações por meio de abertura de capital da companhia.
A empresa foi avaliada em até R$ 12 bilhões -quase o triplo do valor na época da fusão. A abertura de capital agrada ao Casino, grupo francês que controla o Pão de Açúcar, dono dos outros 53%.
Procurada, a KPMG preferiu não comentar.
Autores: JULIO WIZIACK eTONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Fica a pergunta. Qual a importância disso, para o mercado brasileiro e para os investidores?
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Fica a pergunta. Qual a importância disso, para o mercado brasileiro e para os investidores?
O Samba dos juros
Quando o sistema de metas de inflação foi adotado, há mais de uma década, o Banco Central abriu um concurso público para selecionar um time de economistas de primeira linha para o seu recém-criado departamento de pesquisas econômicas. Foi um grande fiasco: das 30 vagas em disputa, apenas uma foi preenchida. Todos os demais candidatos foram reprovados.
De lá para cá, outros concursos tiveram mais êxito em atrair talentos, e muitos dos funcionários da casa cursaram pós-graduação em centros de excelência. Assim, o Departamento de Pesquisa Econômica (Depep), o cérebro do Banco Central, firmou-se como uma referência na produção de conhecimento sobre política monetária, finanças e economia bancária no Brasil.
Um dos marcos é o desenvolvimento de um modelo de projeção econômica de última geração, batizado como Samba, que usa técnicas da chamada "economia artificial" e que coloca o Banco Central do Brasil no primeiro pelotão entre países emergentes.
"Nos primeiros anos do regime de meta de inflação, os modelos eram bem básicos", afirma o professor Fábio Kanczuk, da Universidade de São Paulo (USP), especialista em estudo de política monetária com formação em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e por Harvard. "Com o Samba, o Depep deu um salto. Não deve nada aos seus pares."
"Nos primeiros anos do regime de meta de inflação, os modelos eram bem básicos", afirma o professor Fábio Kanczuk, da Universidade de São Paulo (USP), especialista em estudo de política monetária com formação em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e por Harvard. "Com o Samba, o Depep deu um salto. Não deve nada aos seus pares."
Da esquerda para a direita, Benjamin Miranda Tabak, Eduardo Araújo Lima, Angelo Marsiglia Fasolo, Aquiles Rocha de Farias e Nelson Ferreira Souza Sobrinho
Nesses anos, o Depep subiu ao poder no Banco Central. Seu primeiro chefe, o economista Alexandre Tombini, é hoje o presidente da instituição. De seub s quadros também saiu o diretor de política econômica, Carlos Hamilton de Araújo, doutor pela Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Pela primeira vez, houve o reconhecimento de que um funcionário do próprio Banco Central estava preparado para assumir a cadeira central na gestão do regime de metas de inflação, depois de uma linhagem de economistas vindos de fora que inclui Sérgio Werlang (Princeton), Ilan Goldfajn (MIT), Afonso Bevilaqua (Berkeley) e Mário Mesquita (Oxford).
O Depep ganhou o reconhecimento até de um dos maiores críticos da abordagem excessivamente científica da economia - o ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura Antonio Delfim Netto. "Nem nossos mais sofisticados economistas [do mercado] ou da academia podem competir com as informações armazenadas nas cabeças dos profissionais que habitam o Departamento de Estudos e Pesquisa (Depep) do Banco Central", escreveu Delfim, em artigo recente no Valor.
Neste exato momento, as projeções de inflação produzidas pelo Banco Central estão no centro das discussões sobre a alta dos juros básicos. De um lado está o Depep e, de outro, os economistas do mercado financeiro. O pelotão de elite entre os analistas do setor privado, os chamados "Top 5", formados pelos cinco departamentos econômicos que mais acertam suas projeções para a variação de preços, prevê para 2014, ano que está no radar da política monetária, uma inflação de 6%. Já as estimativas do Depep indicam uma inflação de 5,1%.
Se os economistas do mercado financeiro estiverem certos, o processo de alta de juros iniciado pelo Banco Central em abril, com aumento de 0,25 ponto percentual, de 7,25% para 7,5% ao ano, terá que ter uma dose mais forte para fazer a inflação convergir para o centro da meta anual, de 4,5%. Se o Depep estiver correto, ainda assim será preciso seguir com a alta de juros, mas com uma dose menos intensa.
O Banco Central guarda a sete chaves os seus modelos econômicos. O Samba é apenas uma das várias famílias desenvolvidas internamente para ajudar nas decisões de política monetária. Esses modelos ficam armazenados num computador desconectado da internet, para evitar a ação de piratas, dentro de uma sala à qual, para ter acesso, é necessário ao mesmo tempo um crachá restrito e uma senha.
O que se tem conhecimento desses modelos foi apresentado em seminários, textos acadêmicos e publicado em relatórios trimestrais de inflação. Neles, estão descritas apenas as linhas gerais do modelo e sua mecânica básica. São mantidos sob reserva os parâmetros numéricos que decifram como a economia e, sobretudo, a inflação reagem a diferentes situações, como uma alta no preço de petróleo, um aumento na gastança do governo ou uma elevação de juros.
O banco central da Inglaterra batizou seu primeiro modelo com a sigla BEQM, numa homenagem ao jogador de futebol David Beckham
Dos vários modelos, a menina dos olhos é o Samba, sigla em inglês que, com seu molejo brasileiro, tem um significado quase impenetrável: "Modelo Analítico Estocástico com uma Abordagem Bayesiana". O que os economistas do Banco Central fizeram foi, basicamente, tropicalizar um tipo de modelo que se tornou bastante popular entre bancos centrais, o chamado DSGE, outra sigla que, traduzida do inglês, é apenas para iniciados: "Modelo Dinâmico Estocástico de Equilíbrio Geral".
Chefe-adjunto do Depep, o economista Nelson Ferreira Souza Sobrinho, 39 anos, é um dos pesquisadores que trabalharam no projeto Samba. Ele foi aprovado duas vezes em concursos do Banco Central. Na primeira, em 2002, abriu mão do cargo para embarcar num doutorado na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
De volta ao Brasil, passou num outro concurso e, dessa vez, assumiu. "O nome Samba surgiu de uma votação entre os pesquisadores", relata. "A ideia era ter uma palavra bem brasileira que tivesse relação com o modelo."
O banco central da Inglaterra batizou seu primeiro modelo com a sigla BEQM, numa homenagem ao jogador de futebol David Beckham. Na Colômbia, é o Patacon, uma referência a um tipo de tortilha de bananas verdes fritas muito popular no país. O Canadá criou o ToTEM, numa alusão àquela escultura indígena de madeira encontrada no norte do continente. A Nova Zelândia colocou uma fruta local, o Kiwi, dentro da sigla de seu modelo.
Aquiles Rocha de Farias, chefe-adjunto do departamento
Os modelos DSGE são uma resposta à chamada crítica de Lucas, feita pelo economista americano Robert Lucas em 1976. Seu alvo foram os velhos modelões macroecômicos muito populares entre os banqueiros centrais nas décadas de 1970 e 1980. Um dos principais alvos da crítica foi a "curva de Phillips", muito usada na época, segundo a qual a inflação e o desemprego variam em sentidos opostos.
Sobretudo, essas ferramentas, conhecidas como "modelos da tradição de St. Louis", assumem a hipótese de que os agentes econômicos, como firmas e indivíduos, iriam reagir sempre da mesma forma a qualquer cenário econômico. Ou seja, o que aconteceu no passado seria uma boa matéria-prima para prever o que vai acontecer no futuro.
Lucas argumentou que, na prática, as coisas não funcionam bem assim. As pessoas e empresas tendem a reagir de forma diferente diante de situações novas. Um ingrediente essencial é a expectativa sobre as intenções do Banco Central no manejo dos juros e do governo na política fiscal.
Os modelos DSGE contornam a crítica feita por Lucas. Neles, há agentes inteligentes, incluindo empresas, famílias e governo, que dão respostas diferentes a cada situação nova. São agentes simplificados, uma caricatura, que vivem apenas dentro do computador, agem de acordo com a teoria microeconômica e não têm a pretensão da complexidade dos agentes de carne e osso. Uma das premissas é que todos os agentes são racionais. Daí alguns chamarem esses modelos de "economia artificial", embora os modelões de St. Louis também tenham um quê de reproduzir em laboratório o que acontece no mundo econômico real.
O grupo do Banco Central, coordenado pelo economista André Minella, Ph.D pela New York University, hoje secretário-adjunto de Política Econômica no Ministério da Fazenda, levou cerca de cinco anos para desenvolver o Samba. O primeiro passo foi olhar o que já havia sido feito por aí, com uma pesquisa da literatura econômica, visitas a bancos centrais que já estavam em estágios mais avançados na nova tecnologia e convite a especialistas estrangeiros para virem ao Brasil.
No mundo dos modelos DSGE, a grande referência é um trabalho feito para a zona do euro pelos economistas Frank Smets, do Banco Central Europeu (BCE), e Raf Wouters, do Banco da Bélgica. Economistas do Depep foram assistir a apresentações de Smets e Wouters em congressos no exterior. Um dos colaboradores muito próximos da dupla, Kai Christoffel, do departamento de pesquisa em política monetária do BCE, participou de um seminário de metas de inflação promovido pelo Banco Central.
O trabalho de tropicalização do DSGE consistiu basicamente em colocar no modelo alguns traços bem característicos do Brasil. Um deles são as metas de superávit primário. Outro são os indivíduos que não têm acesso ao sistema financeiro e, por isso, não podem tomar empréstimos para suavizar os ciclos de consumo de suas vidas. O Brasil também tem a peculiaridade de importar muitos bens intermediários, que são insumos para a produção da indústria nacional, e relativamente poucos bens finais.
Na equipe do Samba, todos são pós-graduados em economia, como Solange Gouvea - única mulher entre os autores -, que tem um Ph.D pela Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Mas a base em engenharia de alguns dos pesquisadores ajudou bastante na computação avançada.
Benjamin Miranda Tabak, consultor sênior do Depep
Uma coisa é escrever as relações econômicas que formam a espinha dorsal do modelo, algo que economistas fazem com conforto. Outra coisa bem diferente é passar essas equações matemáticas cabeludas para o computador encontrar respostas. Marcos de Castro, um dos autores, é engenheiro mecatrônico de formação, e Rafael dos Santos, engenheiro civil.
O DSGE exige certa capacidade de computação para ser rodado, ao contrário dos velhos modelões macroeconômicos, que cabem numa planilha normal de Excel. A área de informática do Banco Central cedeu para o Depep um pedaço de seus computadores centrais, com mais memória e velocidade, para fazer o serviço. O computador levava de semanas a meses tateando os dados até encontrar os valores mais prováveis para a economia brasileira.
O gaúcho Ângelo Marsiglia Fasolo, 35 anos, entrou no Banco Central por concurso há uma década e hoje é consultor do Depep. Quando a equipe do Samba começava a ser formada, em 2006, ele obteve uma licença remunerada do Banco Central para fazer doutorado na Duke University, nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, foi convidado por Minella para fazer a revisão final do modelo Samba.
"O DSGE não é um monstro. Já é uma técnica bem comum na academia", relata. "No primeiro dia de aula do meu Ph.D, o professor avisou logo que teríamos que dominar os modelos DSGE para concluir o doutorado."
A publicação final do Samba ocorreu em abril de 2011, mas ele viria a ser realmente conhecido além dos ciclos acadêmicos mais restritos apenas em setembro de 2011, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) citou o novo modelo em uma de suas atas para justificar uma inesperada mudança na direção da política monetária, de aperto para relaxamento.
O BC guarda a sete chaves os seus modelos econômicos. O Samba é apenas um dos desenvolvidos internamente para ajudar nas decisões
O Samba, na ocasião, apontava que a deterioração no ambiente internacional que se avizinhava teria impacto no Brasil equivalente a um terço da crise da quebra do banco Lehman Brothers, de 2008, ajudando a conter a alta de preços na economia. Para alguns, o Copom usou o modelo Samba de forma oportunista para dar sustentação teórica a um desejo de baixar os juros. Para outros, foi a prova da genialidade do modelo, que anteviu o que então estava fora dos cálculos dos analistas econômicos.
O Banco Central não deixa claro o peso do Samba nas suas projeções atuais. O que se sabe é que os modelos antigos não foram completamente abandonados. "É como aquele Chevette velho, cheio de defeitos, mas que você conhece as manias, sabe ajustar direitinho o motor e está bem treinado para dirigir de um lado para o outro", afirma Kanczuk, da USP.
Bons modelos são essenciais em regimes de metas de inflação - um universo em que, basicamente, o Banco Central gera projeções de inflação e, se elas são diferentes da meta, os juros sobem ou descem para fazer a alta de preços na economia chegar ao nível desejado. Um dos principais teóricos dos regimes de metas de inflação, o sueco Lars Svensson, professor em Princeton, gosta de se referir ao sistema como "regime de projeções de inflação".
Muitos economistas culparam os modelos pela crise de 2008. Exatos, eles transmitiam a impressão de que eram infalíveis. Na prática, porém, o processo não é tão mecânico assim. São homens, e não computadores, que tomam as decisões, julgando as projeções feitas pelos modelos. "É preciso, em primeiro lugar, conhecer as limitações dos modelos", afirma Souza Sobrinho. "Eles são muito úteis, porque são assentados na teoria econômica e servem para disciplinar as discussões. Evitam ficar apenas no blá-blá-blá."
Nelson Ferreira Souza Sobrinho, chefe-adjunto
A primeira equipe do Depep, chefiada por Tombini, um Ph.D pela Universidade de Illinois, Urbana Champaign, foi formada com a reunião de 17 economistas do próprio Banco Central que estavam dispersos por diversos departamentos da instituição. "Houve um interesse muito grande para entrar no Depep", afirma Benjamin Tabak, 43 anos, um doutor em economia pela Universidade de Brasília (UnB) que se juntou ao Depep nas primeiras horas e, desde então, tornou-se um dos mais produtivos da equipe. Ele é autor ou coautor de 55 trabalhos para discussão publicados pelo Banco Central, num universo de 305.
Para o departamento ganhar corpo, em 2001 o Banco Central publicou um ambicioso edital de concurso público para contratar 30 pesquisadores em economia e finanças. A prova eliminatória tinha apenas questões de inglês, língua corrente na produção acadêmica em economia, mas não de português. Na prova classificatória de títulos, a pontuação máxima era dada a quem tivesse feito doutorado em cinco dezenas de universidades basicamente dos Estados Unidos e do Reino Unido ou num conjunto bem restrito de universidades brasileiras. Foi aprovado apenas um candidato, Pedro Calhman de Miranda, que hoje integra a assessoria econômica de Tombini.
Bancos centrais de países como Inglaterra, Espanha e Estados Unidos estão livres das amarras de concursos públicos e disputam doutores recém-formados com universidades e bancos em ambientes como o congresso da Associação Americana de Economistas, onde ocorre uma feira paralela de jovens talentos.
"O Banco Central tem atraído um bom capital humano. Muita gente boa disputa os concursos, até porque os salários estão mais altos recentemente", afirma o professor Carlos Viana de Carvalho, da PUC-Rio, um Ph.D pela Universidade de Princeton que trabalhou na área de pesquisa econômica do Federal Reserve (Fed) de Nova York. O salário de ingresso do BC é de R$ 15,7 mil mensais, e pesquisadores mais experientes, como os que participaram do desenvolvimento do modelo Samba, têm ganhos da ordem de R$ 22 mil. "Mas outros bancos centrais competem pelos melhores talentos do mundo", afirma Carvalho.
Atualmente, o Depep tem 50 pesquisadores, dos quais 39 são doutores e 11 têm mestrado. Entre os doutores, 9 são Ph.D. Boa parte foi formada dentro de um programa de incentivo ao estudo do Banco Central. Hoje, são selecionados até 40 funcionários para fazer mestrado ou doutorado nas melhores universidades do Brasil e do exterior, recebendo o salário normalmente.
O trabalho de tropicalização do modelo consistiu em introduzir alguns traços bem característicos da realidade do Brasil
A contrapartida é que o funcionário termine a pós-graduação e que permaneça no BC pelo mesmo período que ficou de licença. Um dos beneficiários do programa é o atual chefe do Depep, Eduardo José Araújo Lima, engenheiro agrônomo de 46 anos que fez mestrado e doutorado na Universidade de Brasília (UnB). "O investimento em pessoas foi grande. Não só o Depep, mas o Banco Central como um todo evoluiu com isso."
Outras áreas do Banco Central têm ganhado projeção em pesquisas sobre temas como meios de pagamentos, operações bancárias, política monetária e administração das reservas internacionais. O Departamento Econômico (Depec), responsável por divulgar estatísticas, como o balanço de pagamentos, desenvolveu um indicador de atividade econômica de ponta. O IBC-Br mostra antes, com quase perfeição, o que vai aparecer meses depois no Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não está livre de erros, como qualquer indicador antecendente, mas sua acurácia fez com que ficasse conhecido como o "PIB do BC".
Embora o Depep esteja definitivamente no centro do debate econômico brasileiro, sua importância no cenário internacional é menos relevante. Um sinal de prestígio dentro do país é que, na edição mais recente do encontro da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), em 2012, foram apresentados oito trabalhos de pesquisadores do Banco Central.
Já no encontro anual de 2012 da Society for Economic Dynamics, apontado como a mais prestigiada reunião mundial de acadêmicos em economia, não havia nenhum representante do Banco Central do Brasil. É muito mais difícil para um pesquisador brasileiro entrar nesses encontros do que, digamos, um americano ou europeu, já que a seleção desses eventos privilegia temas de interesse de economias desenvolvidas. Ainda assim, em 2012 havia um pesquisador do Banco Central do Chile e trabalhos de pesquisadores vinculados a universidades brasileiras, como a USP, a Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio e de São Paulo e a PUC-Rio.
Eduardo Araújo Lima, chefe do departamento de pesquisa
Outro critério muito usado para medir a qualidade da pesquisa são publicações em revistas especializadas de economia. Desde que o Depep foi criado, 45 de seus trabalhos de discussão foram reproduzidos em publicações acadêmicas classificadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no ranking Qualis. Por esse critério, dois trabalhos com participação de pesquisadores do Banco Central foram publicados em duas das revistas de economia mais importantes do mundo, o "Journal of Econometrics" e a "Economic Theory". Outros 11 trabalhos para discussão saíram em revistas acadêmicas classificadas no segundo melhor grupo entre as publicações econômicas e financeiras.
Os textos para discussão do BC vão muito além da pura elucubração acadêmica. Seu forte é a economia aplicada. Entre as publicações mais recentes, há uma linha de estudos para compreender a política econômica depois da grande crise da quebra do Lehman Brothers. Um deles é um trabalho sobre a eficácia das compras de dólares em mercado pelo Banco Central para suavizar a apreciação do real, num ambiente de ampla liquidez criada pela impressão de moeda nas economias desenvolvidas. Outro é a investigação do papel dos depósitos compulsórios como instrumento tanto para garantir a estabilidade financeira quanto para auxiliar no controle da inflação.
Carvalho, professor da PUC-Rio, lembra que, mundo afora, sobretudo nas universidades, há incentivos financeiros para quem publica. "No Fed de Nova York, os pesquisadores dedicam parte do tempo a gerar bons conselhos para quem toma decisões de política econômica, mas parte do tempo é livre para fazer a pesquisa que quiserem", afirma. "O Fed se beneficia quando seus pesquisadores estão na fronteira do conhecimento."
No Banco Central do Brasil, a pesquisa acadêmica é, muitas vezes, uma atividade das horas vagas. Um outro chefe-adjunto do Depep, Aquiles Rocha de Farias, 40 anos, doutor pela UnB, dedica o tempo em que está no Banco Central a demandas da própria instituição. "Alguém tem que preparar a ata do Copom e o relatório de inflação", afirma. "Pesquisa, eu faço em casa, de noite."
Uma outra forma de checar a qualidade do Depep são as suas projeções de inflação apresentadas no relatório trimestral de inflação. Os números, porém, não são bons. De junho de 2004 para cá, em média as projeções do relatório de inflação para os 12 meses seguintes é 0,58 ponto percentual menor que a inflação média de fato ocorrida. É um desempenho menos favorável do que a dos economistas do mercado financeiro, que subestimam em 0,46 ponto percentual a inflação efetivamente ocorrida.
Angelo Marsiglia Fasolo, consultor e revisor final do Samba
Uma ponderação importante é que as previsões apresentadas no relatório trimestral de inflação não são exatamente projeções. Uma das camisas de força é que, no chamado cenário de mercado, elas consideram a trajetória de câmbio e juros esperada pelos analistas privados.
Se o Depep usasse a trajetória que considera mais provável para essa variáveis, talvez os resultados fossem diferentes. Um outro argumento em defesa dos economistas do Banco Central é que as premissas e os cenários econômicos que alimentam os modelos rodados pelo Depep são traçados pelos membros do Copom, e não necesariamente pelo Depep.
Apesar de toda a evolução qualitativa desde 1999, o Depep segue como um departamento econômico menos independente do que alguns de seus similares, sobretudo de países desenvolvidos. Nas reuniões do comitê de política monetária do Fed, por exemplo, os técnicos da casa, que têm um compromisso de longo prazo com a instituição, apresentam projeções independentes. Membros do comitê que tiverem visão diferente estão livres para apresentar suas próprias projeções.
"Uma coisa curiosa é que, no passado, quando o Depep não tinha a qualidade técnica de hoje, ele parecia ter um peso muito maior nas decisões do Copom", afirma Kanczuk. "Agora, quando o departamento ficou muito melhor, seu peso nas decisões parece bem menor."
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De lá para cá, outros concursos tiveram mais êxito em atrair talentos, e muitos dos funcionários da casa cursaram pós-graduação em centros de excelência. Assim, o Departamento de Pesquisa Econômica (Depep), o cérebro do Banco Central, firmou-se como uma referência na produção de conhecimento sobre política monetária, finanças e economia bancária no Brasil.
Um dos marcos é o desenvolvimento de um modelo de projeção econômica de última geração, batizado como Samba, que usa técnicas da chamada "economia artificial" e que coloca o Banco Central do Brasil no primeiro pelotão entre países emergentes.
"Nos primeiros anos do regime de meta de inflação, os modelos eram bem básicos", afirma o professor Fábio Kanczuk, da Universidade de São Paulo (USP), especialista em estudo de política monetária com formação em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e por Harvard. "Com o Samba, o Depep deu um salto. Não deve nada aos seus pares."
"Nos primeiros anos do regime de meta de inflação, os modelos eram bem básicos", afirma o professor Fábio Kanczuk, da Universidade de São Paulo (USP), especialista em estudo de política monetária com formação em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e por Harvard. "Com o Samba, o Depep deu um salto. Não deve nada aos seus pares."
Da esquerda para a direita, Benjamin Miranda Tabak, Eduardo Araújo Lima, Angelo Marsiglia Fasolo, Aquiles Rocha de Farias e Nelson Ferreira Souza Sobrinho
Nesses anos, o Depep subiu ao poder no Banco Central. Seu primeiro chefe, o economista Alexandre Tombini, é hoje o presidente da instituição. De seub s quadros também saiu o diretor de política econômica, Carlos Hamilton de Araújo, doutor pela Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Pela primeira vez, houve o reconhecimento de que um funcionário do próprio Banco Central estava preparado para assumir a cadeira central na gestão do regime de metas de inflação, depois de uma linhagem de economistas vindos de fora que inclui Sérgio Werlang (Princeton), Ilan Goldfajn (MIT), Afonso Bevilaqua (Berkeley) e Mário Mesquita (Oxford).
O Depep ganhou o reconhecimento até de um dos maiores críticos da abordagem excessivamente científica da economia - o ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura Antonio Delfim Netto. "Nem nossos mais sofisticados economistas [do mercado] ou da academia podem competir com as informações armazenadas nas cabeças dos profissionais que habitam o Departamento de Estudos e Pesquisa (Depep) do Banco Central", escreveu Delfim, em artigo recente no Valor.
Neste exato momento, as projeções de inflação produzidas pelo Banco Central estão no centro das discussões sobre a alta dos juros básicos. De um lado está o Depep e, de outro, os economistas do mercado financeiro. O pelotão de elite entre os analistas do setor privado, os chamados "Top 5", formados pelos cinco departamentos econômicos que mais acertam suas projeções para a variação de preços, prevê para 2014, ano que está no radar da política monetária, uma inflação de 6%. Já as estimativas do Depep indicam uma inflação de 5,1%.
Se os economistas do mercado financeiro estiverem certos, o processo de alta de juros iniciado pelo Banco Central em abril, com aumento de 0,25 ponto percentual, de 7,25% para 7,5% ao ano, terá que ter uma dose mais forte para fazer a inflação convergir para o centro da meta anual, de 4,5%. Se o Depep estiver correto, ainda assim será preciso seguir com a alta de juros, mas com uma dose menos intensa.
O Banco Central guarda a sete chaves os seus modelos econômicos. O Samba é apenas uma das várias famílias desenvolvidas internamente para ajudar nas decisões de política monetária. Esses modelos ficam armazenados num computador desconectado da internet, para evitar a ação de piratas, dentro de uma sala à qual, para ter acesso, é necessário ao mesmo tempo um crachá restrito e uma senha.
O que se tem conhecimento desses modelos foi apresentado em seminários, textos acadêmicos e publicado em relatórios trimestrais de inflação. Neles, estão descritas apenas as linhas gerais do modelo e sua mecânica básica. São mantidos sob reserva os parâmetros numéricos que decifram como a economia e, sobretudo, a inflação reagem a diferentes situações, como uma alta no preço de petróleo, um aumento na gastança do governo ou uma elevação de juros.
O banco central da Inglaterra batizou seu primeiro modelo com a sigla BEQM, numa homenagem ao jogador de futebol David Beckham
Dos vários modelos, a menina dos olhos é o Samba, sigla em inglês que, com seu molejo brasileiro, tem um significado quase impenetrável: "Modelo Analítico Estocástico com uma Abordagem Bayesiana". O que os economistas do Banco Central fizeram foi, basicamente, tropicalizar um tipo de modelo que se tornou bastante popular entre bancos centrais, o chamado DSGE, outra sigla que, traduzida do inglês, é apenas para iniciados: "Modelo Dinâmico Estocástico de Equilíbrio Geral".
Chefe-adjunto do Depep, o economista Nelson Ferreira Souza Sobrinho, 39 anos, é um dos pesquisadores que trabalharam no projeto Samba. Ele foi aprovado duas vezes em concursos do Banco Central. Na primeira, em 2002, abriu mão do cargo para embarcar num doutorado na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
De volta ao Brasil, passou num outro concurso e, dessa vez, assumiu. "O nome Samba surgiu de uma votação entre os pesquisadores", relata. "A ideia era ter uma palavra bem brasileira que tivesse relação com o modelo."
O banco central da Inglaterra batizou seu primeiro modelo com a sigla BEQM, numa homenagem ao jogador de futebol David Beckham. Na Colômbia, é o Patacon, uma referência a um tipo de tortilha de bananas verdes fritas muito popular no país. O Canadá criou o ToTEM, numa alusão àquela escultura indígena de madeira encontrada no norte do continente. A Nova Zelândia colocou uma fruta local, o Kiwi, dentro da sigla de seu modelo.
Aquiles Rocha de Farias, chefe-adjunto do departamento
Os modelos DSGE são uma resposta à chamada crítica de Lucas, feita pelo economista americano Robert Lucas em 1976. Seu alvo foram os velhos modelões macroecômicos muito populares entre os banqueiros centrais nas décadas de 1970 e 1980. Um dos principais alvos da crítica foi a "curva de Phillips", muito usada na época, segundo a qual a inflação e o desemprego variam em sentidos opostos.
Sobretudo, essas ferramentas, conhecidas como "modelos da tradição de St. Louis", assumem a hipótese de que os agentes econômicos, como firmas e indivíduos, iriam reagir sempre da mesma forma a qualquer cenário econômico. Ou seja, o que aconteceu no passado seria uma boa matéria-prima para prever o que vai acontecer no futuro.
Lucas argumentou que, na prática, as coisas não funcionam bem assim. As pessoas e empresas tendem a reagir de forma diferente diante de situações novas. Um ingrediente essencial é a expectativa sobre as intenções do Banco Central no manejo dos juros e do governo na política fiscal.
Os modelos DSGE contornam a crítica feita por Lucas. Neles, há agentes inteligentes, incluindo empresas, famílias e governo, que dão respostas diferentes a cada situação nova. São agentes simplificados, uma caricatura, que vivem apenas dentro do computador, agem de acordo com a teoria microeconômica e não têm a pretensão da complexidade dos agentes de carne e osso. Uma das premissas é que todos os agentes são racionais. Daí alguns chamarem esses modelos de "economia artificial", embora os modelões de St. Louis também tenham um quê de reproduzir em laboratório o que acontece no mundo econômico real.
O grupo do Banco Central, coordenado pelo economista André Minella, Ph.D pela New York University, hoje secretário-adjunto de Política Econômica no Ministério da Fazenda, levou cerca de cinco anos para desenvolver o Samba. O primeiro passo foi olhar o que já havia sido feito por aí, com uma pesquisa da literatura econômica, visitas a bancos centrais que já estavam em estágios mais avançados na nova tecnologia e convite a especialistas estrangeiros para virem ao Brasil.
No mundo dos modelos DSGE, a grande referência é um trabalho feito para a zona do euro pelos economistas Frank Smets, do Banco Central Europeu (BCE), e Raf Wouters, do Banco da Bélgica. Economistas do Depep foram assistir a apresentações de Smets e Wouters em congressos no exterior. Um dos colaboradores muito próximos da dupla, Kai Christoffel, do departamento de pesquisa em política monetária do BCE, participou de um seminário de metas de inflação promovido pelo Banco Central.
O trabalho de tropicalização do DSGE consistiu basicamente em colocar no modelo alguns traços bem característicos do Brasil. Um deles são as metas de superávit primário. Outro são os indivíduos que não têm acesso ao sistema financeiro e, por isso, não podem tomar empréstimos para suavizar os ciclos de consumo de suas vidas. O Brasil também tem a peculiaridade de importar muitos bens intermediários, que são insumos para a produção da indústria nacional, e relativamente poucos bens finais.
Na equipe do Samba, todos são pós-graduados em economia, como Solange Gouvea - única mulher entre os autores -, que tem um Ph.D pela Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Mas a base em engenharia de alguns dos pesquisadores ajudou bastante na computação avançada.
Benjamin Miranda Tabak, consultor sênior do Depep
Uma coisa é escrever as relações econômicas que formam a espinha dorsal do modelo, algo que economistas fazem com conforto. Outra coisa bem diferente é passar essas equações matemáticas cabeludas para o computador encontrar respostas. Marcos de Castro, um dos autores, é engenheiro mecatrônico de formação, e Rafael dos Santos, engenheiro civil.
O DSGE exige certa capacidade de computação para ser rodado, ao contrário dos velhos modelões macroeconômicos, que cabem numa planilha normal de Excel. A área de informática do Banco Central cedeu para o Depep um pedaço de seus computadores centrais, com mais memória e velocidade, para fazer o serviço. O computador levava de semanas a meses tateando os dados até encontrar os valores mais prováveis para a economia brasileira.
O gaúcho Ângelo Marsiglia Fasolo, 35 anos, entrou no Banco Central por concurso há uma década e hoje é consultor do Depep. Quando a equipe do Samba começava a ser formada, em 2006, ele obteve uma licença remunerada do Banco Central para fazer doutorado na Duke University, nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, foi convidado por Minella para fazer a revisão final do modelo Samba.
"O DSGE não é um monstro. Já é uma técnica bem comum na academia", relata. "No primeiro dia de aula do meu Ph.D, o professor avisou logo que teríamos que dominar os modelos DSGE para concluir o doutorado."
A publicação final do Samba ocorreu em abril de 2011, mas ele viria a ser realmente conhecido além dos ciclos acadêmicos mais restritos apenas em setembro de 2011, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) citou o novo modelo em uma de suas atas para justificar uma inesperada mudança na direção da política monetária, de aperto para relaxamento.
O BC guarda a sete chaves os seus modelos econômicos. O Samba é apenas um dos desenvolvidos internamente para ajudar nas decisões
O Samba, na ocasião, apontava que a deterioração no ambiente internacional que se avizinhava teria impacto no Brasil equivalente a um terço da crise da quebra do banco Lehman Brothers, de 2008, ajudando a conter a alta de preços na economia. Para alguns, o Copom usou o modelo Samba de forma oportunista para dar sustentação teórica a um desejo de baixar os juros. Para outros, foi a prova da genialidade do modelo, que anteviu o que então estava fora dos cálculos dos analistas econômicos.
O Banco Central não deixa claro o peso do Samba nas suas projeções atuais. O que se sabe é que os modelos antigos não foram completamente abandonados. "É como aquele Chevette velho, cheio de defeitos, mas que você conhece as manias, sabe ajustar direitinho o motor e está bem treinado para dirigir de um lado para o outro", afirma Kanczuk, da USP.
Bons modelos são essenciais em regimes de metas de inflação - um universo em que, basicamente, o Banco Central gera projeções de inflação e, se elas são diferentes da meta, os juros sobem ou descem para fazer a alta de preços na economia chegar ao nível desejado. Um dos principais teóricos dos regimes de metas de inflação, o sueco Lars Svensson, professor em Princeton, gosta de se referir ao sistema como "regime de projeções de inflação".
Muitos economistas culparam os modelos pela crise de 2008. Exatos, eles transmitiam a impressão de que eram infalíveis. Na prática, porém, o processo não é tão mecânico assim. São homens, e não computadores, que tomam as decisões, julgando as projeções feitas pelos modelos. "É preciso, em primeiro lugar, conhecer as limitações dos modelos", afirma Souza Sobrinho. "Eles são muito úteis, porque são assentados na teoria econômica e servem para disciplinar as discussões. Evitam ficar apenas no blá-blá-blá."
Nelson Ferreira Souza Sobrinho, chefe-adjunto
A primeira equipe do Depep, chefiada por Tombini, um Ph.D pela Universidade de Illinois, Urbana Champaign, foi formada com a reunião de 17 economistas do próprio Banco Central que estavam dispersos por diversos departamentos da instituição. "Houve um interesse muito grande para entrar no Depep", afirma Benjamin Tabak, 43 anos, um doutor em economia pela Universidade de Brasília (UnB) que se juntou ao Depep nas primeiras horas e, desde então, tornou-se um dos mais produtivos da equipe. Ele é autor ou coautor de 55 trabalhos para discussão publicados pelo Banco Central, num universo de 305.
Para o departamento ganhar corpo, em 2001 o Banco Central publicou um ambicioso edital de concurso público para contratar 30 pesquisadores em economia e finanças. A prova eliminatória tinha apenas questões de inglês, língua corrente na produção acadêmica em economia, mas não de português. Na prova classificatória de títulos, a pontuação máxima era dada a quem tivesse feito doutorado em cinco dezenas de universidades basicamente dos Estados Unidos e do Reino Unido ou num conjunto bem restrito de universidades brasileiras. Foi aprovado apenas um candidato, Pedro Calhman de Miranda, que hoje integra a assessoria econômica de Tombini.
Bancos centrais de países como Inglaterra, Espanha e Estados Unidos estão livres das amarras de concursos públicos e disputam doutores recém-formados com universidades e bancos em ambientes como o congresso da Associação Americana de Economistas, onde ocorre uma feira paralela de jovens talentos.
"O Banco Central tem atraído um bom capital humano. Muita gente boa disputa os concursos, até porque os salários estão mais altos recentemente", afirma o professor Carlos Viana de Carvalho, da PUC-Rio, um Ph.D pela Universidade de Princeton que trabalhou na área de pesquisa econômica do Federal Reserve (Fed) de Nova York. O salário de ingresso do BC é de R$ 15,7 mil mensais, e pesquisadores mais experientes, como os que participaram do desenvolvimento do modelo Samba, têm ganhos da ordem de R$ 22 mil. "Mas outros bancos centrais competem pelos melhores talentos do mundo", afirma Carvalho.
Atualmente, o Depep tem 50 pesquisadores, dos quais 39 são doutores e 11 têm mestrado. Entre os doutores, 9 são Ph.D. Boa parte foi formada dentro de um programa de incentivo ao estudo do Banco Central. Hoje, são selecionados até 40 funcionários para fazer mestrado ou doutorado nas melhores universidades do Brasil e do exterior, recebendo o salário normalmente.
O trabalho de tropicalização do modelo consistiu em introduzir alguns traços bem característicos da realidade do Brasil
A contrapartida é que o funcionário termine a pós-graduação e que permaneça no BC pelo mesmo período que ficou de licença. Um dos beneficiários do programa é o atual chefe do Depep, Eduardo José Araújo Lima, engenheiro agrônomo de 46 anos que fez mestrado e doutorado na Universidade de Brasília (UnB). "O investimento em pessoas foi grande. Não só o Depep, mas o Banco Central como um todo evoluiu com isso."
Outras áreas do Banco Central têm ganhado projeção em pesquisas sobre temas como meios de pagamentos, operações bancárias, política monetária e administração das reservas internacionais. O Departamento Econômico (Depec), responsável por divulgar estatísticas, como o balanço de pagamentos, desenvolveu um indicador de atividade econômica de ponta. O IBC-Br mostra antes, com quase perfeição, o que vai aparecer meses depois no Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não está livre de erros, como qualquer indicador antecendente, mas sua acurácia fez com que ficasse conhecido como o "PIB do BC".
Embora o Depep esteja definitivamente no centro do debate econômico brasileiro, sua importância no cenário internacional é menos relevante. Um sinal de prestígio dentro do país é que, na edição mais recente do encontro da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), em 2012, foram apresentados oito trabalhos de pesquisadores do Banco Central.
Já no encontro anual de 2012 da Society for Economic Dynamics, apontado como a mais prestigiada reunião mundial de acadêmicos em economia, não havia nenhum representante do Banco Central do Brasil. É muito mais difícil para um pesquisador brasileiro entrar nesses encontros do que, digamos, um americano ou europeu, já que a seleção desses eventos privilegia temas de interesse de economias desenvolvidas. Ainda assim, em 2012 havia um pesquisador do Banco Central do Chile e trabalhos de pesquisadores vinculados a universidades brasileiras, como a USP, a Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio e de São Paulo e a PUC-Rio.
Eduardo Araújo Lima, chefe do departamento de pesquisa
Outro critério muito usado para medir a qualidade da pesquisa são publicações em revistas especializadas de economia. Desde que o Depep foi criado, 45 de seus trabalhos de discussão foram reproduzidos em publicações acadêmicas classificadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no ranking Qualis. Por esse critério, dois trabalhos com participação de pesquisadores do Banco Central foram publicados em duas das revistas de economia mais importantes do mundo, o "Journal of Econometrics" e a "Economic Theory". Outros 11 trabalhos para discussão saíram em revistas acadêmicas classificadas no segundo melhor grupo entre as publicações econômicas e financeiras.
Os textos para discussão do BC vão muito além da pura elucubração acadêmica. Seu forte é a economia aplicada. Entre as publicações mais recentes, há uma linha de estudos para compreender a política econômica depois da grande crise da quebra do Lehman Brothers. Um deles é um trabalho sobre a eficácia das compras de dólares em mercado pelo Banco Central para suavizar a apreciação do real, num ambiente de ampla liquidez criada pela impressão de moeda nas economias desenvolvidas. Outro é a investigação do papel dos depósitos compulsórios como instrumento tanto para garantir a estabilidade financeira quanto para auxiliar no controle da inflação.
Carvalho, professor da PUC-Rio, lembra que, mundo afora, sobretudo nas universidades, há incentivos financeiros para quem publica. "No Fed de Nova York, os pesquisadores dedicam parte do tempo a gerar bons conselhos para quem toma decisões de política econômica, mas parte do tempo é livre para fazer a pesquisa que quiserem", afirma. "O Fed se beneficia quando seus pesquisadores estão na fronteira do conhecimento."
No Banco Central do Brasil, a pesquisa acadêmica é, muitas vezes, uma atividade das horas vagas. Um outro chefe-adjunto do Depep, Aquiles Rocha de Farias, 40 anos, doutor pela UnB, dedica o tempo em que está no Banco Central a demandas da própria instituição. "Alguém tem que preparar a ata do Copom e o relatório de inflação", afirma. "Pesquisa, eu faço em casa, de noite."
Uma outra forma de checar a qualidade do Depep são as suas projeções de inflação apresentadas no relatório trimestral de inflação. Os números, porém, não são bons. De junho de 2004 para cá, em média as projeções do relatório de inflação para os 12 meses seguintes é 0,58 ponto percentual menor que a inflação média de fato ocorrida. É um desempenho menos favorável do que a dos economistas do mercado financeiro, que subestimam em 0,46 ponto percentual a inflação efetivamente ocorrida.
Angelo Marsiglia Fasolo, consultor e revisor final do Samba
Uma ponderação importante é que as previsões apresentadas no relatório trimestral de inflação não são exatamente projeções. Uma das camisas de força é que, no chamado cenário de mercado, elas consideram a trajetória de câmbio e juros esperada pelos analistas privados.
Se o Depep usasse a trajetória que considera mais provável para essa variáveis, talvez os resultados fossem diferentes. Um outro argumento em defesa dos economistas do Banco Central é que as premissas e os cenários econômicos que alimentam os modelos rodados pelo Depep são traçados pelos membros do Copom, e não necesariamente pelo Depep.
Apesar de toda a evolução qualitativa desde 1999, o Depep segue como um departamento econômico menos independente do que alguns de seus similares, sobretudo de países desenvolvidos. Nas reuniões do comitê de política monetária do Fed, por exemplo, os técnicos da casa, que têm um compromisso de longo prazo com a instituição, apresentam projeções independentes. Membros do comitê que tiverem visão diferente estão livres para apresentar suas próprias projeções.
"Uma coisa curiosa é que, no passado, quando o Depep não tinha a qualidade técnica de hoje, ele parecia ter um peso muito maior nas decisões do Copom", afirma Kanczuk. "Agora, quando o departamento ficou muito melhor, seu peso nas decisões parece bem menor."
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Autuações da Receita aumentam com o Sped
contabilidade tributária - tenha emoções - Fisco passou a ter maior controle sobre as operações das empresas.
As autuações feitas pela Receita Federal do Brasil (RFB) vêm aumentando. Em 2010, elas geraram R$ 90 bilhões para os cofres públicos. No ano seguinte, houve uma elevação de 20,9%, chegando a R$ 109 bilhões no país. Em 2012, o crescimento foi de 5,6%, o que representou R$ 115,8 bilhões ... click no link e veja conteúdo completo.
As autuações feitas pela Receita Federal do Brasil (RFB) vêm aumentando. Em 2010, elas geraram R$ 90 bilhões para os cofres públicos. No ano seguinte, houve uma elevação de 20,9%, chegando a R$ 109 bilhões no país. Em 2012, o crescimento foi de 5,6%, o que representou R$ 115,8 bilhões ... click no link e veja conteúdo completo.
Ele vale mesmo R$ 500 milhões?
Como a Diletto, uma sorveteria brasileira que fatura R$ 30 milhões, fundada por Leandro Scabin, conseguiu atrair investimento de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil
Uma das frases lapidares do lendário empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann é que “pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho.” Nada mais salutar para quem transformou a envelhecida e estagnada Brahma, comprada por ele e seus parceiros, Marcel Telles e Beto Sicupira, em 1989, na AB InBev, a maior cervejaria do mundo. Na semana passada, Lemann pensou grande, de novo. O fundo Innova, que tem entre seus cotistas o homem mais rico do Brasil, comprou 20% da Diletto, pequena sorveteria com faturamento de R$ 30 milhões, fundada em 2007 pelo empresário paulista Leandro Scabin. De acordo com alguns relatos, Lemann e Verônica Serra, filha do ex-governador de São Paulo José Serra e candidato derrotado à Presidência da República, em 2002 e 2010, que administra o fundo, avaliaram a empresa em R$ 500 milhões.
Scabin, da Diletto: "não somos a Ambev dos sorvetes"
Daí terem pago R$ 100 milhões para adquirir uma fatia minoritária da pequena sorveteria. Na verdade, DINHEIRO apurou que a dupla desembolsou metade desse valor, avaliando a Diletto em R$ 250 milhões. De qualquer forma, não deixa de ser uma soma surpreendente para uma empresa que tem pouco mais de cinco anos de vida e, provavelmente, ainda não chegou ao equilíbrio financeiro e ao lucro. “É um sinal de que estamos no caminho certo”, disse à DINHEIRO Scabin, que divide o controle da Diletto com dois sócios, o publicitário Fábio Meneghini, diretor de criação da agência WMcCann, e Fábio Pinheiro, ex-sócio do banco BTG Pactual.
Mesmo no caminho certo, na visão de Scabin, a pergunta não é descabida: será que a Diletto vale tanto assim? “O valor assusta, mas quem compra está olhando para o futuro”, afirma Alberto Serrentino, sócio da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza. “E o potencial é grande.” Em pouco tempo, a Diletto conseguiu conquistar espaço no cobiçado mercado de produtos premium. Esse segmento é disputado por empresas muito maiores, como a americana Häagen-Dazs, da General Mills, e a suíça Mövenpick, da Nestlé. Uma das sacadas de Scabin foi criar uma marca que, apesar de nova, carrega uma história que remete aos anos 1920. Nesse período, Vittorio Scabin, seu avô, fabricava sorvetes no pequeno vilarejo de Sappada, na região do Vêneto, norte da Itália.
Mesmo no caminho certo, na visão de Scabin, a pergunta não é descabida: será que a Diletto vale tanto assim? “O valor assusta, mas quem compra está olhando para o futuro”, afirma Alberto Serrentino, sócio da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza. “E o potencial é grande.” Em pouco tempo, a Diletto conseguiu conquistar espaço no cobiçado mercado de produtos premium. Esse segmento é disputado por empresas muito maiores, como a americana Häagen-Dazs, da General Mills, e a suíça Mövenpick, da Nestlé. Uma das sacadas de Scabin foi criar uma marca que, apesar de nova, carrega uma história que remete aos anos 1920. Nesse período, Vittorio Scabin, seu avô, fabricava sorvetes no pequeno vilarejo de Sappada, na região do Vêneto, norte da Itália.
Aposta gelada: Lemann e Verônica Serra desembolsaram R$ 50 milhões para comprar
uma fatia minoritária da sorveteria
O empresário brasileiro recriou a Diletto e recuperou a receita familiar – reza a lenda que era feito com neve. “A Diletto tem tradição por se apropriar dessa história de quase um século”, afirma Andrea Russo, diretora da consultoria Grupo Troiano, especializada em marcas. Rigoroso, Scabin usa ingredientes de primeira linha, todos importados da Itália, da mesma forma que todo o maquinário da unidade de Cotia. Até a madeira dos picolés é europeia. A distribuição dos sorvetes nos três mil pontos de venda é feita em geladeiras exclusivas – não raro, ao lado de seus concorrentes. O preço nunca é inferior ao dos rivais das gôndolas. Suas embalagens são sofisticadas, o que garante um ar de superioridade e produto premium.
“É uma marca bem trabalhada”, diz Marcos Machado, sócio da consultoria Top Brands. O desafio de Scabin será manter as características de exclusividade da Diletto em uma empresa que precisará crescer de forma acelerada. “Não somos a Ambev dos sorvetes”, afirma Scabin. O certo é que Lemann não ganhou sua fama por fazer benemerência nos seus investimentos. “Temos planos de começar a exportar”, diz Scabin, sem revelar detalhes sobre a estratégia. Ele quer transformar a empresa em um negócio de R$ 1 bilhão em dez anos, segundo tem confiado a pessoas próximas. Isso significa multiplicar por 20 o faturamento de R$ 50 milhões, previsto para 2013. O seu sucesso definirá se Lemann e Verônica pagaram uma pechincha ou se esse investimento vai derreter.
Por Rodrigo CAETANO
CVM estuda redes sociais para criar jurisprudência
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está acompanhando o movimento de divulgação de informações das companhias de capital aberto em redes sociais, segundo o presidente da autarquia, Leonardo Pereira. Recentemente, o órgão regulador americano, a SEC, autorizou as companhias locais a utilizarem esses canais para publicação de dados. "Estamos tentando entender melhor as redes sociais para criar jurisprudência para regular divulgação de informações nestes canais", disse ele, em evento.
Ao comentar sobre o avanço da regulação do mercado de capitais brasileiro, ele disse que está melhor que antes da crise internacional, em 2008. Pereira disse que hoje o Brasil é respeitado, alcançou um equilíbrio em termos de regulação, participando de todas as discussões globais sobre o tema. "A tendência é que tenhamos uma harmonização da regulação global", avaliou o presidente da CVM. Pereira participa nesta sexta-feira, 10, de almoço-palestra do Instituto Brasileiro de Executivos de finanças de São Paulo (IBEF).
Por Aline Bronzati
Copyright © 2013 Agência Estado. Todos os direitos reservados.
FONTE: CVM estuda redes sociais para criar jurisprudência - ISTOÉ Dinheiro
Ao comentar sobre o avanço da regulação do mercado de capitais brasileiro, ele disse que está melhor que antes da crise internacional, em 2008. Pereira disse que hoje o Brasil é respeitado, alcançou um equilíbrio em termos de regulação, participando de todas as discussões globais sobre o tema. "A tendência é que tenhamos uma harmonização da regulação global", avaliou o presidente da CVM. Pereira participa nesta sexta-feira, 10, de almoço-palestra do Instituto Brasileiro de Executivos de finanças de São Paulo (IBEF).
Por Aline Bronzati
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FONTE: CVM estuda redes sociais para criar jurisprudência - ISTOÉ Dinheiro
contabilidade tributária - tenha emoções
Institui a Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica (EFD-IRPJ). Instrução Normativa RFB nº 1.353, de 30 de abril de 2013 -
DOU de 2.5.2013
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe conferem os incisos III e XXVI do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, nos §§ 2º e 3º do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e nos arts. 15 a 17 e 24 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, resolve:
Art. 1º Fica instituída a Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica (EFD-IRPJ), de acordo com o disposto nesta Instrução Normativa.
Art. 2º A entrega da EFD-IRPJ, de que trata o art. 1º, será obrigatória para as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do Imposto sobre a Renda pelo Regime do Lucro Real, Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado, e também para as Pessoas Jurídicas imunes e isentas.
Art. 3º O sujeito passivo deverá informar, na EFD-IRPJ, todas as operações que influenciem, direta ou indiretamente, imediata ou futuramente, a composição da base de cálculo e o valor devido dos tributos referidos no art. 2º, especialmente quanto:
I - à recuperação do plano de contas contábil e saldos das contas, para pessoas jurídicas obrigadas a entregar a Escrituração Contábil Digital (ECD) relativa ao mesmo período da EFD-IRPJ;
II - à recuperação de saldos finais da EFD-IRPJ do período imediatamente anterior, quando aplicável;
III - à associação das contas do plano de contas contábil recuperado da ECD com plano de contas referencial, definido pela Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis), por meio de Ato Declaratório Executivo;
IV - ao detalhamento dos ajustes do lucro líquido na apuração do Lucro Real, mediante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;
V - ao detalhamento dos ajustes da base de cálculo da CSLL, mediante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;
VI - aos registros de controle de todos os valores a excluir, adicionar ou compensar em exercícios subsequentes, inclusive prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL; e
VII - aos registros, lançamentos e ajustes que forem necessários para a observância de preceitos da lei tributária relativos à determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, quando não devam, por sua natureza exclusivamente fiscal, constar da escrituração comercial, ou sejam diferentes dos lançamentos dessa escrituração.
Art. 4º A EFD-IRPJ será transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.
§ 1º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a EFD-IRPJ deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento.
§ 2º A obrigatoriedade de entrega da EFD-IRPJ, na forma prevista no § 1º, não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento.
§ 3º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, ocorrido de janeiro a maio do ano-calendário, o prazo de que trata o § 1º será até o último dia útil do mês de junho do referido ano, mesmo prazo da EFD-IRPJ para situações normais relativas ao ano-calendário anterior.
§ 4º O prazo para entrega da EFD-IRPJ será encerrado às 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último dia fixado para entrega da escrituração.
§ 5º No caso de pessoas jurídicas que foram sócias ostensivas de Sociedades em Conta de Participação (SCP), a EFD-IRPJ deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP, além da transmissão da EFD-IRPJ da sócia ostensiva.
§ 6º A obrigatoriedade de utilização da EFD-IRPJ terá início a partir do ano-calendário 2014.
Art. 5º O Guia Prático da EFD-IRPJ, contendo informações de leiaute do arquivo de importação, regras de validação aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de códigos utilizadas e regras de retificação da EFD-IRPJ, será divulgado pela Cofis por meio de Ato Declaratório Executivo publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Art. 6º As pessoas jurídicas que apresentarem a EFD-IRPJ ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ).
Art. 7º A não apresentação da EFD-IRPJ nos prazos fixados no art. 4º, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará aplicação, ao infrator, das multas previstas no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.
Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Fica revogada a Instrução Normativa RFB nº 989, de 22 de dezembro de 2009.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
Rir é o melhor remédio
Um repórter perguntou para Lamartine Babo, genial compositor brasileiro, também conhecido como Lalá:
- Lalá, você tem ganho muito dinheiro?
- Sei lá... às vezes penso que ganhei bastante porém, em contabilidade aprendi que existem duas parcelas: dever e haver. Dinheiro comigo é assim, com a diferença no tempo do verbo: devia haver!
(Revista do Rádio, 1956, ed. 372, p. 36)
Fonte: Contabilidade Financeira
- Lalá, você tem ganho muito dinheiro?
- Sei lá... às vezes penso que ganhei bastante porém, em contabilidade aprendi que existem duas parcelas: dever e haver. Dinheiro comigo é assim, com a diferença no tempo do verbo: devia haver!
(Revista do Rádio, 1956, ed. 372, p. 36)
Fonte: Contabilidade Financeira
Relatório de Transparência: Censura na Internet
Relatório de Transparência: Maior número de solicitações governamentais de remoção de conteúdo jamais recebidas
Há três anos, quando lançamos o Relatório de Transparência, dissemos que nosso objetivo era dar maior visibilidade ao escopo dos pedidos de dados e censura na Internet feitos a partir de entidades governamentais em todo o mundo. Hoje, pela sétima vez, estamos divulgando novos números que mostram as solicitações governamentais para remover o conteúdo de nossos serviços. De julho a dezembro de 2012, recebemos 2.285 pedidos para remover 24.179 peças de conteúdo, um aumento sensível se comparado aos 1.811 pedidos para remover 18.070 itens que recebemos durante o primeiro semestre do mesmo ano.
CNa medida que reunimos e anunciamos esses números ao longo do tempo, fica cada vez mais claro que tentativas de governos de censurar conteúdo em serviços do Google têm crescido. Em cada vez mais lugares, recebemos solicitações de governos para remover conteúdo político que usuários postam em nossas plataformas. Nesse período em particular, recebemos ordens judiciais em vários países para remover posts em blogs criticando funcionários do governo ou seus associados.
Você pode ler mais sobre esses pedidos na seção observações do Relatório de Transparência. Destacam-se três ocorrências no segundo semestre de 2012:
Houve um forte aumento dos pedidos do Brasil, onde recebemos 697 solicitações para remover conteúdo de nossas plataformas (640 dos quais eram ordens judiciais, ou seja, recebemos uma média de 3,5 ordens judiciais por dia nesse período), contra 191 durante a primeira metade do ano. O grande motivo para o aumento foram as eleições municipais de 2012. Quase metade do total, 316 para ser exato, foram pedidos de remoção de 756 peças de conteúdo relacionadas a supostas violações do Código Eleitoral Brasileiro, que proíbe a difamação e comentários que ofendam candidatos. Estamos apelando em muitos destes casos, com base na tese que esses conteúdos estão protegidos pela liberdade de expressão nos termos da Constituição brasileira.
Outro lugar no qual vimos um aumento expressivo foi na Rússia, onde uma nova lei entrou em vigor no ano passado. No primeiro semestre de 2012, recebemos seis pedidos, o maior número que já havíamos recebido em um período de seis meses naquele país. Mas na segunda metade do ano, recebemos 114 pedidos de remoção de conteúdo, 107 deles citando esta nova lei.
Durante este período, recebemos consultas de 20 países a respeito de vídeos do YouTube relacionados ao filme "Inocência dos Muçulmanos." Apesar de esses vídeos estarem de acordo com nossas Diretrizes da Comunidade,restringimos sua visualização de acordo com as legislações locais, após o recebimento formal de reclamações legais. Restringimos também temporariamente a visualização desses vídeos no Egito e na Líbia devido às circunstâncias particularmente difíceis naqueles países.
Também fizemos algumas melhorias no Relatório de Transparência desde a nossa última atualização:
Estamos desdobrando as solicitações governamentais de remoção de vídeos do YouTube para esclarecer se removemos os vídeos por violar Diretrizes da Comunidade, ou se devido às leis locais. Você pode ver os detalhes deslocando para a parte inferior nas páginas específicas de cada país.
Nós também redesenhamos a seção de Tráfego, tornando mais fácil visualizar quando e onde ocorreram as interrupções dos serviços Google. Você pode ver um mapa onde nossos serviços estão interrompidos no momento, pode ainda ver um mapa de todas as interrupções conhecidas desde 2009, e pode facilmente navegar entre os períodos e regiões.
As informações que compartilhamos no Relatório de Transparência são apenas uma pequena parte do que acontece na Internet. Mas, na medida que divulgamos mais dados e continuamos a expandir ao longo do tempo, esperamos que isso ajude a chamar a atenção para as leis ao redor do mundo que impedem o livre fluxo de informação online.
Fonte: Relatório de Transparência:
http://googlebrasilblog.blogspot.com.br/2013/04/relatorio-de-transparencia-maior-numero_25.html
Há três anos, quando lançamos o Relatório de Transparência, dissemos que nosso objetivo era dar maior visibilidade ao escopo dos pedidos de dados e censura na Internet feitos a partir de entidades governamentais em todo o mundo. Hoje, pela sétima vez, estamos divulgando novos números que mostram as solicitações governamentais para remover o conteúdo de nossos serviços. De julho a dezembro de 2012, recebemos 2.285 pedidos para remover 24.179 peças de conteúdo, um aumento sensível se comparado aos 1.811 pedidos para remover 18.070 itens que recebemos durante o primeiro semestre do mesmo ano.
CNa medida que reunimos e anunciamos esses números ao longo do tempo, fica cada vez mais claro que tentativas de governos de censurar conteúdo em serviços do Google têm crescido. Em cada vez mais lugares, recebemos solicitações de governos para remover conteúdo político que usuários postam em nossas plataformas. Nesse período em particular, recebemos ordens judiciais em vários países para remover posts em blogs criticando funcionários do governo ou seus associados.
Você pode ler mais sobre esses pedidos na seção observações do Relatório de Transparência. Destacam-se três ocorrências no segundo semestre de 2012:
Houve um forte aumento dos pedidos do Brasil, onde recebemos 697 solicitações para remover conteúdo de nossas plataformas (640 dos quais eram ordens judiciais, ou seja, recebemos uma média de 3,5 ordens judiciais por dia nesse período), contra 191 durante a primeira metade do ano. O grande motivo para o aumento foram as eleições municipais de 2012. Quase metade do total, 316 para ser exato, foram pedidos de remoção de 756 peças de conteúdo relacionadas a supostas violações do Código Eleitoral Brasileiro, que proíbe a difamação e comentários que ofendam candidatos. Estamos apelando em muitos destes casos, com base na tese que esses conteúdos estão protegidos pela liberdade de expressão nos termos da Constituição brasileira.
Outro lugar no qual vimos um aumento expressivo foi na Rússia, onde uma nova lei entrou em vigor no ano passado. No primeiro semestre de 2012, recebemos seis pedidos, o maior número que já havíamos recebido em um período de seis meses naquele país. Mas na segunda metade do ano, recebemos 114 pedidos de remoção de conteúdo, 107 deles citando esta nova lei.
Durante este período, recebemos consultas de 20 países a respeito de vídeos do YouTube relacionados ao filme "Inocência dos Muçulmanos." Apesar de esses vídeos estarem de acordo com nossas Diretrizes da Comunidade,restringimos sua visualização de acordo com as legislações locais, após o recebimento formal de reclamações legais. Restringimos também temporariamente a visualização desses vídeos no Egito e na Líbia devido às circunstâncias particularmente difíceis naqueles países.
Também fizemos algumas melhorias no Relatório de Transparência desde a nossa última atualização:
Estamos desdobrando as solicitações governamentais de remoção de vídeos do YouTube para esclarecer se removemos os vídeos por violar Diretrizes da Comunidade, ou se devido às leis locais. Você pode ver os detalhes deslocando para a parte inferior nas páginas específicas de cada país.
Nós também redesenhamos a seção de Tráfego, tornando mais fácil visualizar quando e onde ocorreram as interrupções dos serviços Google. Você pode ver um mapa onde nossos serviços estão interrompidos no momento, pode ainda ver um mapa de todas as interrupções conhecidas desde 2009, e pode facilmente navegar entre os períodos e regiões.
As informações que compartilhamos no Relatório de Transparência são apenas uma pequena parte do que acontece na Internet. Mas, na medida que divulgamos mais dados e continuamos a expandir ao longo do tempo, esperamos que isso ajude a chamar a atenção para as leis ao redor do mundo que impedem o livre fluxo de informação online.
Fonte: Relatório de Transparência:
http://googlebrasilblog.blogspot.com.br/2013/04/relatorio-de-transparencia-maior-numero_25.html
Roraima é campeão de caloteiros, pelo indicador da Serasa Experian, divulgada nesta segunda-feira (22).
O Indicador Serasa Experian de
Cheques Sem Fundos de março de 2013, divulgado nesta segunda-feira (22), diz
que 2,36% dos cheques emitidos foram devolvidos, a cada mil compensações.
Para os técnicos da Serasa
Experian, este recorde é reflexo das questões sazonais, como pagamento de IPVA,
pagamento de parcelas escolares, renovação de seguros, além do aumento dos
preços em decorrência da inflação dos alimentos e estão consumindo mais
recursos.
A Região Norte apresentou o maior
volume de devoluções de cheques (4,42%), e Roraima é campeão de caloteiros,
pelo indicador, apresenta o maior percentual de devoluções de cheques sem fundos
(13%).
Veja mais em: MERCADO S.A. - Macuxi - Notícias e Entretenimento
Receita vai atrás de 1 milhão de contribuintes com pendências no IR - Economia - Correio Braziliense
Receita vai atrás de 1 milhão de contribuintes com pendências no IR
As notificações compreendem as declarações que deveriam ter sido entregues durante os anos de 2009 a 2012Acabou a farra das pessoas que não prestavam contas à Receita Federal mesmo estando enquadradas nas regras para fazê-lo. Após aperfeiçoar os processos de identificação de movimentação financeira e de cruzar informações de bancos, cartórios e até da Bolsa de Valores de São Paulo, o Fisco identificou 2 milhões de declarações de Imposto de Renda (IR) que nunca chegaram à base de dados do órgão. A Receita estima que 1 milhão de pessoas sejam responsáveis por esses documentos não entregues, já que um mesmo contribuinte pode ter deixado de cumprir a obrigação em vários exercícios. Quem estiver nessa situação será intimado a se apresentar ao Leão. “Não há tolerância para ninguém”, esclarece o subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Carlos Roberto Occaso.
Ao Correio, ele avisa que qualquer contribuinte que tenha se encaixado em algum dos requisitos para declarar o IR e que, por algum motivo, não o tenha feito será convocado. “Já começamos a emitir as notificações. Quem receber a carta em casa tem até 15 dias para se apresentar a um CAC (Centro de Atendimento ao Contribuinte)”, explica.
As notificações compreendem as declarações que deveriam ter sido entregues durante os anos de 2009 a 2012. Isso porque, legalmente, o tempo máximo para se cobrar dívidas tributárias é de cinco anos. Dessa forma, ao emitir a notificação apenas em 2013, a Receita só consegue ir atrás dos devedores de 2009 para cá. Se não fossem cobrados agora, esses débitos prescreveriam, fazendo com que o contribuinte ficasse livre para não pagar o que deve.
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Wesley Snipes
Wesley Snipes, ator de Blade e Demolidor, saiu da prisão para prisão domiciliar. O ator foi condenado em 2008 por não ter entregue o imposto do período de 1999 a 2001. Em 2010 ele perdeu o recurso e foi condenado a três anos.
Contabilidade Financeira: Wesley Snipes:
MERCADO S.A. - Macuxi – Aumento do limite do Lucro Presumido foi vetado pela presidente Dilma
Publicada (03/04) a Lei 12.794/2013, objeto de conversão da Medida Provisória 582/2012
Por Rubens Leal
De imediato, entre outras
questões, chama atenção o fato de que no processo de conversão foi
vetado o dispositivo que ampliava o limite anual de receita bruta para
fins de opção do Lucro Presumido das empresas.Atualmente uma das condições para optar pelo referido regime é que a receita bruta total, no ano calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48 milhões ou R$ 4 milhões multiplicados pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
Em minha opinião, infelizmente, foi uma rasteira para as empresas, todas foram surpreendidas pelo veto da presidenta Dilma do artigo que previa a ampliação do limite do faturamento para opção ao lucro presumido.
A proposta era para ampliar o limite, dos R$ 48 milhões anuais para R$ 72 milhões/ano ou seja, R$ 6 milhões mensais multiplicados pelo número de meses de atividade.
Vejam o argumento que serviu de justificativa. Na proposta, não havia estimativas de impacto e das devidas compensações financeiras, e que pode violar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Agora, tirem suas conclusões sobre os nossos legisladores. O que eles estão fazendo lá?
Categoria: MERCADO S.A. - Macuxi - Notícias e Entretenimento | Macuxi – Notícias e Entretenimento
Os herméticos
Cavernas diferentes, dialetos diferentes. Três décadas depois que a
dupla Thatcher & Reagan puxou a descarga da globalização, previsões e
premonições de um mundo de organizações e práticas gerenciais
homogêneas não se concretizaram. Embora o rolo compressor do management,
apoiado pelas escolas de negócios, pelas empresas de consultoria e pela
mídia de negócios, tenha operado sua mágica homogeneizadora, mantém-se
considerável diversidade entre as organizações. Um cavernícola que
trocar sua gruta empresarial por outra terá, provavelmente, de passar
por um período de longa adaptação aos novos modos e costumes. E ai do
cavernícola que não se esmerar no domínio do novo dialeto e da nova
prosopopeia. Seu destino mais provável será o isolamento e o desterro.
Uma consequência dessa diversidade e dos múltiplos dialetos é a dificuldade enfrentada por um interlocutor neutro para compreender os cavernícolas. Dan Pallottta, que mantém um blog no website da revista de negócios Harvard Business Review, declarou recentemente que em aproximadamente metade de suas conversas sobre negócios não tem a mínima ideia do que seus interlocutores estão falando. Confessa que, quando jovem, sentia-se tolo por não entender o que as outras pessoas diziam, mas que agora suspeita que a tolice seja de seus interlocutores, por não conseguirem se fazer entender.
Cavernas diferentes, dialetos diferentes. Três décadas depois que a dupla Thatcher & Reagan puxou a descarga da globalização, previsões e premonições de um mundo de organizações e práticas gerenciais homogêneas não se concretizaram. Embora o rolo compressor do management, apoiado pelas escolas de negócios, pelas empresas de consultoria e pela mídia de negócios, tenha operado sua mágica homogeneizadora, mantém-se considerável diversidade entre as organizações. Um cavernícola que trocar sua gruta empresarial por outra terá, provavelmente, de passar por um período de longa adaptação aos novos modos e costumes. E ai do cavernícola que não se esmerar no domínio do novo dialeto e da nova prosopopeia. Seu destino mais provável será o isolamento e o desterro.
Uma consequência dessa diversidade e dos múltiplos dialetos é a dificuldade enfrentada por um interlocutor neutro para compreender os cavernícolas. Dan Pallottta, que mantém um blog no website da revista de negócios Harvard Business Review, declarou recentemente que em aproximadamente metade de suas conversas sobre negócios não tem a mínima ideia do que seus interlocutores estão falando. Confessa que, quando jovem, sentia-se tolo por não entender o que as outras pessoas diziam, mas que agora suspeita que a tolice seja de seus interlocutores, por não conseguirem se fazer entender.
Autor: Thomaz Wood Jr.
Os herméticos | Carta Capital
Uma consequência dessa diversidade e dos múltiplos dialetos é a dificuldade enfrentada por um interlocutor neutro para compreender os cavernícolas. Dan Pallottta, que mantém um blog no website da revista de negócios Harvard Business Review, declarou recentemente que em aproximadamente metade de suas conversas sobre negócios não tem a mínima ideia do que seus interlocutores estão falando. Confessa que, quando jovem, sentia-se tolo por não entender o que as outras pessoas diziam, mas que agora suspeita que a tolice seja de seus interlocutores, por não conseguirem se fazer entender.
Cavernas diferentes, dialetos diferentes. Três décadas depois que a dupla Thatcher & Reagan puxou a descarga da globalização, previsões e premonições de um mundo de organizações e práticas gerenciais homogêneas não se concretizaram. Embora o rolo compressor do management, apoiado pelas escolas de negócios, pelas empresas de consultoria e pela mídia de negócios, tenha operado sua mágica homogeneizadora, mantém-se considerável diversidade entre as organizações. Um cavernícola que trocar sua gruta empresarial por outra terá, provavelmente, de passar por um período de longa adaptação aos novos modos e costumes. E ai do cavernícola que não se esmerar no domínio do novo dialeto e da nova prosopopeia. Seu destino mais provável será o isolamento e o desterro.
Uma consequência dessa diversidade e dos múltiplos dialetos é a dificuldade enfrentada por um interlocutor neutro para compreender os cavernícolas. Dan Pallottta, que mantém um blog no website da revista de negócios Harvard Business Review, declarou recentemente que em aproximadamente metade de suas conversas sobre negócios não tem a mínima ideia do que seus interlocutores estão falando. Confessa que, quando jovem, sentia-se tolo por não entender o que as outras pessoas diziam, mas que agora suspeita que a tolice seja de seus interlocutores, por não conseguirem se fazer entender.
Autor: Thomaz Wood Jr.
Os herméticos | Carta Capital
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